Mi estúpido Cupido

11 de fevereiro de 2013
                                   


Querido cupido...

Adoras brincar com os amantes como se de pequenas marionetes se tratassem. Sempre tens uma carta na manga, dás sinais falsos às pessoas, pões frios estranhos na barriga. Fazes o que queres e ainda se divertes com isso. Sendo ao fazeres sofrer ou a dar aquela ligeira ilusão de felicidade.

Não deixas liberdade de escolha. Crias expectativas irreais e possibilidades tentadoras, porém, vazias opções. Você, que eu desconfio usar óculos, mira alvos, erras a pontaria, não tens concentração. Brincas em serviço. Ignoras os advérbios, gosta de opostos. E ainda por cima, não fica para acompanhar o processo que iniciou, deixando ao léu a vitima indefesa. Ainda desconfio que ri por trás, depois do estrago feito e de tantas epifanias naufragadas. Tens, sem dúvida um humor terrível.

Quando as coisas estão correndo bem para os nossos lados, quando sentimos que finalmente encontramos um chinelo velho para o nosso pé cansado, lanças uma bomba para cima e estragas tudo o que construíste. És, sem dúvida um fanfarrão. Ás vezes preferia que nem sequer te desses ao trabalho de agir. Olha à tua volta. És muito atrapalhado. Não percebes que vamos dando nosso jeitinho e que nem sempre precisamos de ti para mudar as coisas? Que, muitas vezes, ficamos bem sem nos tocares nem com o dedo mindinho?

Se é que podes ouvir este conselho, tenta agora remediar o que por pura distração tua deixaste ruir.Tenta consertar os corações que deixaste na sarjeta e arranja muito band-Aid para colar os egos feridos. Pois, isso também será obra tua, suponho.

És estúpido, cupido. Se emenda cupido. Tá me ouvindo cupido?

 ***
[Esse texto é obra de ficção. Qualquer reclamação, favor procurar pelo cupido, a culpa é dele!]


Auto Post Signature