Aquela coisa sem nome

18 de novembro de 2013


Você conhece dezenas de caras bonitos, centenas que te tratam como uma princesa, outros tantos inteligentes, interessantes, bacanas e atraentes. Mas a maioria deles não te prende, não te encanta, não te apaixona. Falta aquela coisa especial que ninguém explica. Aquela desordem momentânea e boa que de repente começa acontecer dentro de você.

A gente nunca sabe quando pode ser. Pode ser na praia num dia lindo de sol, no encontro de um dia chuvoso debaixo de uma marquise, no metrô naquele dia em que você esta atrasada. Na padaria  ou lado a lado em frente à banca de revistas. Pode ser num dia qualquer. Pode ser pra sempre ou talvez, dure infinitos e intensos instantes.

Na vida a gente se apaixona diversas vezes, perde o fôlego, o ar, sente aquela adrenalina gostosa, borra o rímel, o batom, aprende o que é saudade. É fácil ficar, curtir, difícil mesmo é encontrar alguém que bate com a gente. Que tem aquele plus, aquela coisa a mais que você não sabe explicar. E olha que eu nem estou falando de amor de verdade, porque amor mesmo acontece muito poucas vezes com tanta força. Eu tô falando daquele troço louco no meio do peito, aquele frio inesperado na barriga, de quando até mesmo você acha que está muito velha pra sentir.

Com o tempo a gente entende que realmente não gosta de alguém só pelo que ele é, mas pelo que nos proporciona emocionalmente, pela forma como nos faz sentir especiais, encantadas, bonitas, desejadas. A verdade é que existem pessoas e pessoas na nossa vida. Uns passam e só passam, não deixam marcas, impressões, não fazem um arranhão sequer nas nossas emoções, outros, chegam se instalam e ficam, muitas vezes, por um longo tempo.  Ficam na alma muito mais do que na presença física. Aquela pessoa que quando vai deixa um silêncio que ensurdece.  Que aonde deveria existir um ponto final deixa uma vírgula.

Todos que passam na nossa vida são importantes, mas de vez em quando alguém vem e simplesmente fica. Fica na tua paz e no teu desassossego.  Nas manhãs alegres de sábado e nas tardes tristes de domingo. Ele vem, e não fica só o perfume gravado no cérebro da gente, no cheiro do travesseiro. Ele vem de mala e cuia. Bagagem completa e permanece até quando puder ser e nos fazer sentir especiais. É aquela coisinha que ele tem que faz toda a diferença.  É o jeito de olhar, de falar, de sorrir das bobagens que você diz, é a faísca que sai quando vocês estão juntos. É o sorriso bem humorado que ele tem e bom humor é muito atraente. 
Ora, vamos parar com essa mania de achar que a única pessoa que mexe com a gente é aquela que amaremos para o resto da vida. O
 amor pode vir junto a tudo isso sim, ‘’ e que venha’’, mas não necessariamente. Na vida encontramos dezenas de pessoas interessantes que nos  marcam de alguma forma e nem metade delas se torna um amor de verdade. Na verdade, eu acho mesmo é que esse bendito amor aparece na vida da gente quando a gente menos esta esperando, bem nessas pausas que a gente faz de vez em quando entre uma coisa e outra. Bem na hora da distração.

Por que o amor ao contrário do que se pensa não tem que vir antes de tudo, ele é uma consequência de todas essas coisas que a gente acha especiais e até essenciais.  Ele também não é garantia nenhuma de nada.  Ele a gente sente e aproveita, e tenta fazer a coisa mais bonita possível. Acho que, se a gente atrai mesmo o que pensa, um jeito de encontrar alguém especial é sendo especial, se sentindo especial e tendo um bom faro para pessoas que também queiram alguém especial, por que um dia a superficialidade cansa. Quando assunto é amor, a gente nunca sabe o suficiente.  Mas se tem uma coisa que eu tenho certeza é que não é qualquer pessoa que mexe com a gente e, no fim das contas, na vida a gente acaba fazendo mais coisas por tesão do que por amor, em todos os sentidos...



Paradise.....

10 de novembro de 2013
                       Gone by Jack Johnson on Grooveshark



Aqui não tem buzinas, engarrafamento, hora pra chegar, pra voltar, gente mal-humorada ou atrasada. Apenas mar ao longe.

Aqui eu não vivo a mando do relógio, não uso cartão de crédito nem algum meio de transporte. Não acesso  e-mail e nem olho o celular. Eu venho pra ficar invisível.  Eu desplugo de tudo. Apenas sento e contemplo.  Mar ao longe. Gente simples. Pescador trançando sua rede. Chinelo de dedo. Saia de retalho, flor no cabelo, sorrisos leves, rede e fim de tarde...música...paz interior.

É tanto azul, meu Deus! Tanta água. Tanto vento limpo batendo no rosto. Nem precisa de muito esforço pra se encantar. Quero ficar, virar pescadora, rendeira, ou simplesmente viver assim...como quando as coisas se vestem de simples, de doces, de harmônicas.

Venho pra recarregar alma, limpar a mente, sentir o cheiro das palavras que ecoam no silêncio. Abro o coração e a mente para mudanças. Abro as portas da alma e sinto tudo nesse mundo de onde não tenho mais vontade de sair, com o coração cheio de gratidão. Aprendendo que, as coisas que não podemos mudar, são as mesmas que acabam nos transformando. E, indo por esse novo caminho, descobri um mundo novo. Ele tava dentro de mim o tempo todo, cheio de novas descobertas e novos afetos. Onde da vontade de ficar e ali permanecer. Com a minha capacidade de sentir, onde os momentos de alegria são muito mais intensos e vivos e não há nada que se possa comparar com aquela euforia calma que acalenta o coração. Ele volta cheio. Apruma um riso no rosto e segue pra tudo de novo que me espera....

Enfim, paz.





O mesmo clichê de sempre

12 de outubro de 2013


Por que a tua cabeça maluca combina com a minha. No fundo somos dois anormais. Como fogo em brasas. Mas é um fogo estranho, que só queima pra gente. Você sabe, a gente entende.
Não te querer exige uma parte muito grande de mim.

A gente tem caminhos diferentes, sempre teve. Tenta aceitar isso de uma vez. Por que dessa vez não é como antes você sabe. Não adianta vir mexer em mim quando tudo tá um marasmo. Hoje o que eu gosto em você é só essa sensação de remeximento em mim, nas minhas coisas ocultas, mais nada.

E vê? Eu tô no meio dessa bagunça agora. Em toda bagunça do quarto, nessa bagunça da gaveta do meio. Quando tudo está certo eu até estranho. Por que você é louco e eu também sou. Porque a gente brinca com fogo e cutuca onça com vara curta.

Pra gente, não existe o ponto em que o silêncio basta. Não. É preciso encher o vazio. É sempre essa mania de não saber ir. E dessa vez não vou perguntar, porque você nunca tem resposta. Por que você sempre consegue inverter as coisas. Só que agora o silêncio é meu. Nessa nossa história não há vencedor. Depois de perder a razão a gente volta pra realidade, e a realidade é que a onça não precisa de vara curta pra te alcançar. Nunca precisou!




Do avesso

7 de outubro de 2013

É verdade que é preciso inspiração para escrever. Os pensamentos se transformam em letras e tudo aquilo que se vive, sente e vê se transforma em texto. Tudo explicado e definido nas pontas dos dedos. Melhor ainda quando se esta aninhada nos braços de quem se ama. Não ter letras é como a música tocada fora do compasso. Um oco no meio do peito, um excesso de espaço. É a falta de prosa, nem que sejam dois dedos dela. Andando na corda bamba sem saber pra que lado se jogar.

Mudar de tom, a gente vai mudando. Desperta pra dentro. Faz novas escolhas, entende as pausas. A gente apenas vai se continuando a cada passo novo. A cada nova história contada, a cada pessoa nova que o tempo traz pra dentro da vida da gente. A gente é isso. Um amontoado. Um monte de coisas guardadas esperando pra se mostrar. E ser. E acontecer.

A vida é movimento. A hora que não espera. 
Segunda chance é pra saber o que fazer com ela. Renascimento é pra saber fazer melhor. Humildade é exercício. Sorte, apenas questão de boas escolhas. Silêncio, a gente usa pra desfazer as confusões, aqui, dentro da gente.
Nunca gostei de felicidade instantânea.
Pra mim, a felicidade nunca veio fácil, nem barata, nem comprada. Ela é demorada, construída  e saboreada. Prefiro esperar com fome pelo prato cheio.

Felicidade é um embrulho com laço de fita que a vida dá e a gente tem que abrir. Tudo que a gente traz tem a intensidade do que a gente vive, algumas coisas a gente aprende a administrar na marra, outras....no riso. E nosso riso não é pra todos, é pra gente que merece.

É exatamente nas pequenas delicadezas que a gente vai ensaiando as notas, depurando, deixando as coisas fazerem sentido. Porque amar é ser do avesso o tempo inteiro.




Fome, amor e saudade.

17 de agosto de 2013


Carrego o mundo dentro de mim, tenho uma fome insaciável, possuo emoções que não me cabem.  Penso que podia ser diferente, mas fui premiada na roleta da sorte, predeterminada à intensidade! Tic tac, batendo no meu peito acelerado, descompassado. Nunca aprendi a domar o coração, mas fui feliz pra sempre, valeu a pena o esforço e a dor.

Dos amores que tive, uns foram-se, outros me tiveram por completo.
Das pessoas, umas partiram silenciosas e outras iluminadas.
Mas o tempo me ensinou e só ele, a não acreditar demais e nem desistir tão depressa.
Estão comigo as alegrias que cultivo, meus sonhos vividos e aqueles que virão. Amores antigos e os segredos mais íntimos.

Fora isso, carrego também a esperança que nunca desiste de brilhar pra mim, com pedrinhas furta-cor aonde deposito tudo de melhor. Como um saco sem fundo, onde cabem todos os sentimentos do mundo. Sem borda, sem beira, com espaço sobrando chamando pra entrar. Como um amor de verdade desses que deixa espaço só pra sentir saudade. E no fim de tudo, seja qual for o sentimento, o mais contraditório e absurdo, é tudo o que faz essa pele que me veste tão bem. Que me engole em um segundo, corpo, alma e coração.


Clandestinamente....

17 de julho de 2013

Com você não sinto necessidade de me expor. Posso existir no meu silêncio.
Posso ser sem alarde, ser mar calmo em dia bravio.
Posso escolher entre me mostrar aos outros ou ser apenas pra você.
Nada vira caos. Nada me atormenta. Por que agora eu sei o que é amar sem medo. Tenho chão, terra firme, cais onde aportar. Tenho quem brigue por mim. Eu sempre quis quem brigasse por mim. Sempre quis quem dormisse com a mão na minha cintura.Quem me arrancasse da minha mesmice. Quem fizesse contraste com as minhas histórias. E com você eu posso ser eu, posso clandestinamente existir.


Maresia.

8 de julho de 2013


Daquelas coisas que a gente lembra pra sempre. Aqueles momentos que o tempo não apaga.
Dos pequenos fatos importantes que mudam o curso da vida da gente.

O momento esmagador em que você teve a certeza do quão pequena é diante de um mundo tão grande e pensa que, viver e ser feliz, não deveria ser assim tão complicado.

A hora que parece estar perdida, meio vazia e superficial. Meio precisando deixar tudo pra lá. E de quando você tenta novos rumos, de quando só quer pegar uma estrada longa e reta. Mergulhar mais fundo e voltar a sentir todas as sensações de novo.

De tudo que ficou pelo caminho, tudo que quase foi, mas ficou só no quase. Do ontem que morreu, do hoje que não vingou. Dos muitos deveres a serem cumpridos. Dos erros que também precisam ser cometidos. Do sofrimento que muitas vezes faz parte. 

A felicidade que exige paciência. A paciência que é conquista e aperfeiçoamento.
De amar cada pedaço que faz parte do que você é.

A paz que só vem depois da onda que te carrega pra todos os lados e te deixa com o gosto da maresia salgada. As coisas que te fazem enxergar o lado bom. O cuidado com as que um dia voltarão pra você.

O dia em que você deixou de ter medo de perguntar coisas a Deus. Da ligeira desconfiança de que está indo na direção certa.

Daquela paz de quem está se encontrando e sente que, naquele momento, dentro da gente é o melhor lugar pra se estar. 



30 de junho de 2013

Chega de drama!

14 de junho de 2013


Ando cansada de tanto drama.
O drama na cidade com as manifestações intermináveis por causa da passagem de ônibus. O drama da amiga que perdeu o emprego e teve que adiar o casamento por falta de grana.  O drama da outra que esta solteira em pleno dia dos namorados, do amigo que foi traído pelo ‘’namorado’’ pra ficar noivo de outra ‘’mulher’’.  Drama do jogador de futebol que joga cachorro como se fosse um saco de lixo em cima da cerca, - e tomara que a mulher dele faça o mesmo com ele -. O drama de todo dia com a vizinha de cima que joga cinzas de cigarro na minha janela.  O drama da fatura do cartão de crédito que aumenta proporcionalmente ao tamanho da minha ansiedade.

O drama de gente que não entende que você precisa de espaço. Que te manda e-mail cobrando textos legais. O drama da resposta que nunca chega, do telefone que não toca. Do cara que nunca se declara. Da viagem que está muito longe das férias. O drama da espera. Da paciência com tudo. Do meu cabelo que precisa de salão. Da minha casa que precisa estar em ordem. Do meu projeto gigante, da minha falta de tempo pra namorar meu marido e de fazer o que eu mais gosto. Escrever. (Quase-morro-com-isso). O drama do meu humor que faz gangorra dentro de mim. O drama da falta de amor, de compreensão de se colocar no lugar do outro. Drama de gente que só reclama e nunca resolve. Da falta de atitude, de coragem. O drama de esperar um mundo com pessoas melhores, salários melhores e amores melhores. Com gente que valha à pena. Que faça rir, que tenha histórias interessantes. Que te deixe inspirado. Que te faça pensar.

Por que tudo sempre faz drama dentro e mim e não bastasse isso, tem os dramas do mundo inteiro que eu não quero mais ver por que vou me fechar no meu mundinho cor de nada, Nude, se assim preferir , e só saio dele daqui há duas semanas para uma viagem sem destino pra algum lugar no mundo onde nada seja feito de drama, onde exista verde, praia, água, sol, sorrisos  e abraços de amigos. Onde eu me encontre e seja eu, de novo, sem drama! 


Pano de fundo

25 de maio de 2013

Ainda acho amadurecer uma das melhores coisas da vida. A gente olha pra trás e vê que já não é tão bobo. Tão empolgado. Tão inocente (embora inocência seja parte essencial da vida pra gente não se deixar endurecer), mas não aquela que faz a gente falar demais, demonstrar demais, ser impulsivo demais....É...crescer é muito bom.

Agente fica mais firme, mais forte, se conhecendo mais. A gente já não faz tempestade num copo d'água, já não acha que tudo é definitivo, já não se apaixona pra adoecer. Fica mais desconfiada. Não suspira de graça por qualquer sujeito. Já não se empolga pra mudar de cidade, emprego e vida por causa de um amor. A gente agora quer uma via de duas mãos. Quer amor com identidade, endereço fixo e segurança. (De preferência na mesma cidade). Descobre que, fora a morte, pra todo o resto tem jeito nessa vida. Já não acha mais que não pode viver sem aquela pessoa. A gente acha mais importante não se perder da gente mesmo. Já sabe que nossos amigos têm a vida deles e a gente a nossa. Aprende a respeitar espaços. Aprende que a vida não tem que acontecer já.  Às vezes é depois...

A gente para de morrer se as coisas não dão certo. Aprende o valor de certas coisas, como um beijo e uma boa companhia. Aprende a só chorar se for importante, aprende a sorrir sem reservas, a viver sem se cobrar. Deixa aquelas paranoias dos vinte de lado. Aquela vontade de correr pra não-sei-o-que. Se perdoa pelos erros do passado. Fica mais esperta, mais sábia, mais segura e mais seletiva. A gente até fica mais bonita e (sem espinha!). A gente já não quer contar aos quatro ventos quando tem alguém novo balançando o coração da gente. A gente aprende a guardar o melhor. Esperar o melhor, e se tiver que dar certo, bônus pra gente. Sem buscar perfeição, a gente aceita os defeitos e faz uma limonada com eles.

Há quem diga que se perde isso ou aquilo com o tempo. Eu já acho que ganhei mais do que perdi com ele. Existem coisas na vida que melhoram extremamente com o tempo. É bom viver sem tanta cobrança. É bom deixar pra lá o que nos ensinaram para ter uma vida perfeita. Não é por que já nascemos com um roteiro de vida prontos que precisamos segui-lo. 

Não existe idade pra ser feliz. Porque a gente nunca se conhece inteiramente, mesmo passando dos 20, dos 30 ou dos 50. Estamos sempre definindo o que queremos. O que vamos ser. Seremos sempre alguém aprendendo a viver. A idade de começar de novo nunca passa. Porque pro amor não existe idade, nem pra beleza , nem pra felicidade. O que existe é um novo jeito de olhar a vida, um encantamento com ela, um jeito diferente e mais flexível de caminhar, resiliente eu diria. E ser feliz é aprender a ler as linhas do próprio coração. Preencher os próprios vazios. Nos livrar do que não nos faz bem. É fazer o que a gente gosta e viver bem com a gente mesmo. Mesmo que tudo mude sempre, só não podemos esquecer nunca, é de renovar quem somos por dentro.

A Letra A do teu nome

16 de maio de 2013


A Letra A do teu nome que combina com o meu. A paixão itinerante com cheiro de estrada e de saudade. Coisas que vão e tudo que fica, daquelas que só se vive uma vez na vida.
Na verdade eu não sei o que eu mais gostava em você. Talvez detalhes tenham me prendido. Talvez, seja tudo o que cala e separa o meu olhar do teu. Tudo aquilo que quis dizer e não foi dito e que você também não disse. Palavras atropeladas na garganta e aqueles textos que acumularam poeira. Tudo aquilo que já não digo, já não penso, que fujo como o diabo foge da cruz. E n’outra hora eu fico boba, buscando lá no fundo da memória, querendo me ver ali, em meio a todas as suas coisas. Rebuscada. Refeita. Resgatada.

É nessa insônia que revelo que me acostumei à tua presença, à tua parede pintada de branco, às tuas mãos que se encaixam bem nas minhas. A me amontoar nos teus braços silenciosos e na tua respiração quente. Acontece que não posso mais brincar de inventar histórias e escolher palavras pra você. Eu sei que sou péssima pra falar de sentimentos, prefiro escrever. Mas não posso deixar evaporar o pensamento. Não posso me perder nas esquinas, na rotina, no turbilhão de coisas que me tomam todo dia. Por que carrego comigo uma caixa saturada de coisas, recordações e tempos, de tudo que a cabeça vive querendo trazer de volta quando o coração só quer deixar pra trás. Porque a minha vida sem você ficou tão cheia de tranquilidade, tão arrumada, tão leve, e tão sem graça também. Por que é isso que você me causa, moço. Uma paz e um desassossego. Um frio na espinha e um suor quente nas mãos. Um doce amargo.

A verdade é que, se eu gastei as minhas horas com você, não tenho coragem de me arrepender disso. 
Realmente, meu doce, não é fácil amar. O amor, a gente pensa que escolhe, mas é ele quem escolhe a gente. Logo, percebi que sou feita de saudade e que para ela não há remédio. É para frente que se anda, por isso, tudo acaba ficando para trás e o que eu sentia por você, será sempre um filme antigo, em preto e branco, dentro da gaveta.



Tudo pode acontecer, inclusive...Nada!

12 de abril de 2013

O mundo gira. A vida segue apressada. Correndo, voando. Não para nem para uma pausa pro cafezinho. Deveriam inventar maneiras de ler o jornal mais rápido, trocar a cor do esmalte a cada quatro dias, um rímel que não borrasse e aparecesse instantâneo em nossos cílios (por que dá um puta trabalho reaplicá-lo todos os dias de manhã). Um rosto eternamente com blush (o salvador da pátria de qualquer rosto cansado).  Frases prontas para todas as respostas que não sabemos, alguém que chame o elevador sempre que estamos atrasados. Fazer torradas antes de ir para a cama, namorar o sossego dos braços da cara-metade, escrever, ler um livro bom.

É bem verdade que a gente adia pequenas coisas por muito tempo, sem nenhuma explicação aceitável.  Um viver devagarinho, com uma preguiça aguda. Um bando de seres práticos, organizados, que respeitam regras e cumprem prazos. Do outro lado, não muito distante, uma gente selvagem, cujas decisões sobre qualquer coisa, são tomadas em seu próprio tempo e de acordo com suas próprias vontades. E...enquanto os práticos procuram cumprir todos os protocolos, essa gente selvagem só quer atender ao pedido do próprio coração. Só se interessa por fortes emoções, grandes surpresas e novidades intermináveis.

Por que o mundo não precisa ser sempre igual. Os dias não precisam passar de repente. Uma montanha russa que dura um dia inteiro, uma semana, um mês, uma vida. Um montão de tesão reprimido.
Prefiro ser essa gente, meio louca, meio afoita, que compra passagem só de ida e parcela  a  aposta de felicidade no cartão à perder de vista. Que mergulha na profundidade de escolher entre escrever uma vida normal ou simplesmente fugir do lugar comum. Que tem o privilégio de sentir o melhor do mundo e enxergar o valor das coisas pequenas. Por que a vida presta mais assim. E mesmo desse jeito, fico ainda na expectativa de que tudo pode acontecer....Inclusive nada.


Pensando fora da caixa

2 de abril de 2013

Silêncios pra sentir. Saudade pra lembrar. Cultivar os pequenos prazeres da vida. Dar importância ao que realmente importa, acrescenta e ao que faz bem. Reter o que é bom. Ignorar e abstrair as más vibrações da ignorância. Não ver a vida passar. Passar junto com ela. Levar a vida sem roteiros. Fazer o próprio caminho, a própria história, a própria sorte. Se encontrar nos caminhos tortos. Aprender com as asperezas. Ter sempre na bagagem leveza, brilho nos olhos e um sorriso largo. Alegria pra viver, poesia pra sorrir, metas pra seguir, fé pra enxergar. Sentindo, intuindo, perseguindo, evoluindo. Pensando fora da caixa.Se a vida se passa nas entrelinhas, então, é la que eu quero ficar.

A princesa que caiu na real

30 de março de 2013


Branca de neve, bela adormecida, Cinderela....o que elas tem em comum?
Histórias com um final que a gente já conhece: Um príncipe, um cavalo branco e um feliz para sempre. Certo. Cavalo branco é uma coisa linda, final feliz a gente espera todo santo dia e príncipe encantado....bem...essa é a hora que o despertador te acorda e você cai da cama, por que a Disney já levou todos pra lá!

Não, não, não...não desacredito de finais felizes, só que mulheres modernas merecem histórias modernas. E a realidade é que a princesa não esta mais presa em uma torre e muito menos dormindo eternamente esperando alguém para lhe acordar com um beijo de amor. Ela sabe que não existe fada madrinha que realizará todos os seus desejos, por isso, resolveu acordar, cuspir a maçã e ir à luta. Trocou os vestidos de seda pela calça jeans. Descartou os sapatinhos de cristal e calçou o all star, trocou o espelho que só fala a verdade por um menos cruel. Ela tem um emprego, faz compras no shopping com seu cartão de crédito turbinado. Massagem para relaxar, lê bons livros e ouve boas músicas. Malha duas horas, 3x por semana, curte praia, teatro, cinema e a própria companhia.

O cavalo branco já não faz mais parte do seu sonho. Ela quer sim um príncipe que venha lhe oferecendo amor, mas se ele demorar muito, ela chama um táxi. Ela é só uma garota tentando ser forte, por que cresceu, mudou, tropeçou, se ferrou e aprendeu que não dá mais pra ficar em casa, chorando por amor não correspondido e sendo magoada por idiotas. Ela já sabe que amor perfeito, sem mau humor matutino, bafo, e com ‘te amos’ 24 hs não existe. Nunca existirá. Ninguém virá lhe salvar. Ninguém aliviará seu cansaço das batalhas diárias. A história é outra. O príncipe é só um pobre homem tentando entender suas loucuras e tpm’s. Tentando ensinar que a palavra “eu te amo” significa menos do que estar dentro dos dias da vida um do outro. 

O príncipe de verdade não é encantado, ele brilha de dentro para fora. Ele não a deixa esperando com o telefone no colo e o coração a mil, ele não dá aliança vagabunda pra fingir compromisso fajuto. Ele é aquele cara que pensa nela e pensa numa forma de fazê-los felizes um dia por vez, que faz de tudo pra lhe arrancar um simples sorriso do rosto. E a faz entender que existem mais coisas dentro da vivência do que nos contos de fada. Que muitas vezes não dá pra encaixar aquele romance das telas do cinema dentro das páginas da realidade. Mas que é bem possível construir seu próprio conto, que não precisa ser de fadas mas pode ser absurdamente feliz em quanto durar. 



21 de março de 2013

Um porto, um riso, o resto é mar....

20 de março de 2013
                              
                                 Sorte by Papas da Língua & Adriana Calcanhoto on Grooveshark


Existem poucas pessoas assim. Mas existem. 
Pessoas cujo nome acompanha essa denominação de "gente do bem". Pessoas que são como renovo e descanso pra alma. Aonde eu encontro leveza, aonde eu sorrio e choro, aonde eu vou mas volto por que meu meu barco quer sempre voltar.

São quase difíceis de  identificar. Posso contar nos dedos as pessoas assim, que perto ou longe me dão esse abraço apertado, esse sorriso alargado, esses olhos cheio de esperança. Que aliviam o peito nos dias cinzas, que sempre tem palavras bonitas. Que, com o mínimo esforço, já entende o olhar, o sorriso, o choro.

Gente que é quase um lar pra gente. Mais que isso, são porto. Essas pessoas são raras, mas são certas. Acomodam a gente num abraço e nos protegem da loucura do mundo. Entendem nossos defeitos, compartilham das nossas loucuras e se preciso, gritam junto com a gente.

Meu convés nunca esta vazio dessa gente. O mar pode se agitar, o leme desaprumar, meu navio pode até querer balançar, mas ele sempre tem destino certo, um lar, onde ancorar.

A paz de um riso livre

7 de março de 2013


Se eu pudesse ter um desejo agora, mesmo assim, com tanta coisa urgente dentro de mim, eu desejaria nunca parar de sentir. Viver com paixão, sinceridade, intensidade e muita criatividade. É tão bom ver a vida colorida, porque no mundo real as pessoas só enxergam em preto e branco. A vida ta cheia de pessoas rasas, com vidas limitadas. Tenho preguiça de quem não tenta. Quem não pula. Quem tem medo de arriscar e vive sempre com os pés no chão. Se segurar é bom, mas como voar com os pés no chão? Acho mesmo que certos riscos compensam, o difícil é saber quais.

Todo dia desejamos, todo dia dizemos que vamos fazer e acontecer, somos mestres da falácia do discurso decorado. Falta profundidade, sobra superficialidade. Pegamos a mágoa e guardamos na gaveta. Queremos refrões que venham compor a nossa história e nos fazer entender todas as notas que a vida dá. Sem tons originais. Vestindo as roupas que nos dão. Vivendo de sentimento plastificado. Vai dando uma canseira danada esse negocio de não poder ser. Ter que trocar de pele mil vezes. Arrastar correntes por caminhos de pouca luz. Sem saber que viver é jogar, apostar, mesmo sem saber se iremos ganhar ou perder. O medo nos paralisa. E assim, vivemos naufragando em águas rasas por que não sabemos nadar. Por que o comodismo é um vício irresistível.

Há tanto para descobrir, há tanta coisa além de nós. 
Já tive a impressão que gente boa morria jovem. Hoje eu acho que cada um tem a sua hora e não importa o que faça de bom ou de errado, nada vai mudar o fluir das coisas. Acho que quem vive intensamente vive tudo rápido, tudo de uma vez. Mas quer saber? Eu não abro mão dessa intensidade, de profundidade. Para ser bom de sentir, é fundamental estar apaixonado. Ter coragem, ter vigor, alegria e um encantamento pelas coisas. Gostar da pessoa que nos tornamos e sentir conforto de estar dentro de si. 

Sei lá, um belo dia acordei bem com minhas circunstâncias. Sou nova ainda, mas já vivi pra caramba, bem mais do que outros que estão passando pela vida com menos curiosidade. A verdade é que eu tô ficando velha. Tô preferindo encher mais os olhos do que os bolsos. E gosto de pensar que vou transpirar o quão necessário for. Por que ser feliz pode ser uma decisão. Ser livre também, a sensação é poderosa. É fazer da nossa vida algo cada vez mais valioso e saber que cada minuto não volta mais, ele apenas continua, e nos devolve aquilo que damos espontaneamente à vida. E então, você percebe que o futuro é hoje. E então, o futuro foi ontem. De repente as coisas não precisam mais fazer sentido. O sentido é simplesmente ser.

Às vezes a vida parece querer devorar a gente inteira. Acontece que nasci com a fé no bolso e um par de asas na alma. Quero mesmo é gastar palavras. Esgotar sentimentos e me sentir feliz. 
Talvez o grande lance da vida seja esse: Fazer o que se ama, viver intensamente. E disso, ‘’os loucos sabem...’’





Epifania do ócio.

22 de fevereiro de 2013



Ultimamente, minha vida tem sido uma mistura destemperada de encomendas do destino.Tenho convivido com muitas pessoas e situações diferentes.E tenho aprendido.Ouvindo seus problemas, vivendo meus dilemas. E como qualquer ser humano que tem essa urgência e essa obrigação de se sentir feliz, andado numa constante viagem pra dentro de mim e descobrindo alguém que me habita e que eu não sabia. 

Conviver com as diferenças não é fácil, mas eu aprendi que temos que aceitar as pessoas como elas são sem querer adaptá-las a nós. Vale mais um riso torto e feliz hoje do que um amarelo e desgastado por muitas brigas amanhã. Entender o outro também é uma forma de humildade e faz parte de amar deixar o outro SER.

Eu demorei pra aprender algumas coisas. Demorei pra enxergar tantas outras. Mas hoje isso não faz mais a menor diferença. O que vale é que o que ficou guardado aqui. Bem no meio do meu peito. É um coração batendo mais compassado. Um coração um pouco mais alargado. Mas isso só veio através de alguns desgostos . Depois de muita cabeçada na parede. E eu aprendi principalmente que é bonito consertar o que foi quebrado. Que vale muito à pena mergulhar no ser humano e conhecê-lo não só pelas aparências, mas pelo que ele carrega junto.

Todo mundo guarda algo de bom. Ninguém é só maldade, ou só chatice ou só mesmice. Todo mundo quer colo, palavras bonitas, pés para caminhar junto. Abraço de verdade e amor sem egoísmo, com total aceitação de nossas tantas imperfeições. As pessoas não vão nos agradar sempre, a gente tem que saber disso. Podemos também às vezes abdicar da necessidade de defender nosso ponto de vista. E olha que nem dói. Todo mundo quer ser melhor, mas o preço por isso é alto e nem todos estão dispostos a pagar.


A vida é assim. Algumas pessoas vão se apaixonar por você e outras nem tanto. Algumas vão te magoar e sair andando e se não tiver jeito você tem que deixar ir. Somos todos responsáveis por nossas escolhas e omissões. A gente só tem que seguir sendo a gente mesmo. Aprendendo a filtrar. Muitas vezes o que não entendemos é o que nos cai melhor no momento. Mas o que eu quero dizer com isso? Nada profundo, não sou nem fã de filosofia. Só ando testando as minhas habilidades para descobrir a verdade de alguém. Pra não viver presa em mim e numa vidinha besta com uma felicidade que dura menos tempo que uma pipoca no micro-ondas.

Mi estúpido Cupido

11 de fevereiro de 2013
                                   


Querido cupido...

Adoras brincar com os amantes como se de pequenas marionetes se tratassem. Sempre tens uma carta na manga, dás sinais falsos às pessoas, pões frios estranhos na barriga. Fazes o que queres e ainda se divertes com isso. Sendo ao fazeres sofrer ou a dar aquela ligeira ilusão de felicidade.

Não deixas liberdade de escolha. Crias expectativas irreais e possibilidades tentadoras, porém, vazias opções. Você, que eu desconfio usar óculos, mira alvos, erras a pontaria, não tens concentração. Brincas em serviço. Ignoras os advérbios, gosta de opostos. E ainda por cima, não fica para acompanhar o processo que iniciou, deixando ao léu a vitima indefesa. Ainda desconfio que ri por trás, depois do estrago feito e de tantas epifanias naufragadas. Tens, sem dúvida um humor terrível.

Quando as coisas estão correndo bem para os nossos lados, quando sentimos que finalmente encontramos um chinelo velho para o nosso pé cansado, lanças uma bomba para cima e estragas tudo o que construíste. És, sem dúvida um fanfarrão. Ás vezes preferia que nem sequer te desses ao trabalho de agir. Olha à tua volta. És muito atrapalhado. Não percebes que vamos dando nosso jeitinho e que nem sempre precisamos de ti para mudar as coisas? Que, muitas vezes, ficamos bem sem nos tocares nem com o dedo mindinho?

Se é que podes ouvir este conselho, tenta agora remediar o que por pura distração tua deixaste ruir.Tenta consertar os corações que deixaste na sarjeta e arranja muito band-Aid para colar os egos feridos. Pois, isso também será obra tua, suponho.

És estúpido, cupido. Se emenda cupido. Tá me ouvindo cupido?

 ***
[Esse texto é obra de ficção. Qualquer reclamação, favor procurar pelo cupido, a culpa é dele!]


Aviso sobre novos textos!

25 de janeiro de 2013
Gente, algumas pessoas me pedem para serem marcadas nos meus textos novos no face, quem quiser ser marcado também, me adiciona no face e me avisa! 
Vocês também podem receber por e-mail assinando o Feed ali na barra lateral onde tem '' Receba os novos posts por e-mail'' , depois é só confirmar o link que vocês receberão e pronto. Está feito!

Me procura lá pra gente ficar mais pertinho!


Beijos. 






Qualquer história sem rascunho.

24 de janeiro de 2013


Amor veja bem, aprenda a amar alguém que te queira também.
Alguém que te mexa na raiz. Que troque confidências de travesseiro. Que te deixe feliz o dia inteiro. Que seja tipo, aquele sol que aparece depois da chuva.


Veja bem, amor. Queira alguém que assuma a bagunça que você é sem tentar te arrumar.
Que te vire do avesso. Que te faça sentir por todos os lados, todos os poros. Que te inspire a ser livre. Que não seja de metades.
Que te queira na mesma frequência e  intensidade.

Veja bem, amor. A vida já é difícil demais pra complicar. Queira alguém que caminhe simples e seja um cais pra onde você sempre quer voltar. Cujos olhos falem mais que palavras e cuja boca te tome emprestado e não devolva nunca mais.

Que seja pelo encanto do sorriso sincero. Venha sem avisar e seja como ser feliz de novo. Sem meio-termo. Meio-tom. Só extremos e contrastes. Um nome entre todos. Poesia sem conclusão. Saudade. Espera. Sutileza das coisas livres. Que te dê cobertor quente, descanso para o complicado do mundo. Que não respeite as linhas, que pule os protocolos e que mesmo assim, seja exata sintonia.



Voltando pra órbita

14 de janeiro de 2013



Esse texto não é sobre amor. É sobre a vida. A vida exatamente como ela é.
T
em sol, tem nuvem, tem riso e tem desgosto também. Tem gente cantando, tem gente chorando, tem gente te amando e gente tentando tirar o seu brilho. Sendo seu amigo de verdade e outros só fingindo ser. 

É, é assim que as coisas são.

Não acho a vida difícil, apenas repetitiva. Às vezes cansa lutar contra coisas tão pequenas que não servem sequer para evoluir o espírito. Deve ser por isso que escolhi a escrita. Por que nela há sempre espaço para enfrentar o tédio da mesmice das coisas. Às vezes a gente sai do eixo. Transtorna, transborda. Nessas horas a gente diz coisas que nunca pensou. Depois fica aquela coisa rasgada no meio do peito, a gente tentando remendar o que se partiu. A gente sai de si para dar lugar a uma estranha cheia de coisas pequenas e nada bonitas. Às vezes a gente perde mesmo a delicadeza e a educação vai junto. Mas não tem ser humano que não seja assim quando forçado por todo tipo de emoções. Então, não me chicoteio por meus atos de insensatez. Quando a gente se dá conta de que tem peculiaridades importantes, com um pouco de sorte, elas podem virar motivo de apreço em vez de provocar incômodos. Eu fico muito magoada! Mas não é humilhação que sinto, por que é tudo tão bobo, tão adolescente que me bate um desprezo. Depois acabo compreendendo a chatice inteira e fico é muito triste. Essas coisas repetitivas da vida.

Em geral os processos demoram pra acontecer dentro de mim, mas eu gosto de ver a evolução. 
Não sou uma pessoa infeliz. Nunca fui. Algumas tristezas me imobilizam. Mas por causa do meu temperamento há no meu interior uma coragem inegociável que me move. Se tem jeito eu me esforço pra que fique bem, se estragou e não da pra consertar, então jogo fora e recomeço diferente, entende? Aprendi muito com a vida. Que a gente tem que se deixar ser. Se liberar, parar de se julgar. Gosto muito de abraços, de amigos que chegam cheios de amor pra dar. De conviver, de dividir. E aprendi que devo gostar dos desgostos também, por que eles fazem parte desse pacote. Os desgostos são muito importantes pra gente, neles a gente se acha. Aprende. Muda.

Já chorei por coisas que hoje penso não merecerem consideração e agora sei a diferença entre fogos de artifício e faísca. Faz tempo que deixei de me importar com o que os outros acham ou deixam de achar, faz tempo que parei de basear minha vida pelo julgamento dos outros. As pessoas que convivem comigo sabem quem eu sou. Quem me ama de verdade se importa com o que eu sinto, o resto é só o resto e eu não me importo mais. Aprendi que não devo ser minha inimiga, me cobrar demais. Preciso aprender que a gente não ganha todas as batalhas. E que não faz mal se as coisas dão errado de vez em quando. Tudo serve pro meu aprendizado. Pro meu crescimento e principalmente, os momentos confusos vem pra gente repensar a rota, a direção das coisas, saber quem fica e quem sai da nossa vida. Quem vale à pena e quem só traz frustração. Saber valorizar com todas as forças aquelas pessoas que me conhecem de verdade e me gostam assim, tal como sou. Sem fingimento, sem esforço demais pra agradar a quem só idealiza a perfeição e nunca está satisfeito. 

Hoje eu vejo e acredito que tenho muita sorte pelas pessoas que tenho ao meu lado. E quem não está é por que não era pra ser. Como diz a minha mãe: ‘’ As pessoas maduras sofrem menos por que passam a entender os sinais’’. Parece que enquanto eu dormi, a vida resolveu me presentear com o entendimento das coisas. Para que não houvesse o peso das vivências, mas apenas os ensinamentos que elas me trouxeram.

Então, preciso voltar a ser eu. Voltar pra minha realidade. Não posso regredir. Preciso voltar. Pros antigos amigos que sempre estiveram ali pra mim, voltar a me relacionar com pessoas mais maduras do que eu, isso é bom. Faz um bem danado. A gente aprende muito e entende que a vida é isso. Um vai e vem de coisas e pessoas. Que cada um tem que seguir seu caminho no seu tempo. Quem não é pra ficar se torna lembrança e a vida segue como antes, como sempre foi. Por isso, resolvi fazer as pazes comigo.

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