Epifania do ócio.

22 de fevereiro de 2013



Ultimamente, minha vida tem sido uma mistura destemperada de encomendas do destino.Tenho convivido com muitas pessoas e situações diferentes.E tenho aprendido.Ouvindo seus problemas, vivendo meus dilemas. E como qualquer ser humano que tem essa urgência e essa obrigação de se sentir feliz, andado numa constante viagem pra dentro de mim e descobrindo alguém que me habita e que eu não sabia. 

Conviver com as diferenças não é fácil, mas eu aprendi que temos que aceitar as pessoas como elas são sem querer adaptá-las a nós. Vale mais um riso torto e feliz hoje do que um amarelo e desgastado por muitas brigas amanhã. Entender o outro também é uma forma de humildade e faz parte de amar deixar o outro SER.

Eu demorei pra aprender algumas coisas. Demorei pra enxergar tantas outras. Mas hoje isso não faz mais a menor diferença. O que vale é que o que ficou guardado aqui. Bem no meio do meu peito. É um coração batendo mais compassado. Um coração um pouco mais alargado. Mas isso só veio através de alguns desgostos . Depois de muita cabeçada na parede. E eu aprendi principalmente que é bonito consertar o que foi quebrado. Que vale muito à pena mergulhar no ser humano e conhecê-lo não só pelas aparências, mas pelo que ele carrega junto.

Todo mundo guarda algo de bom. Ninguém é só maldade, ou só chatice ou só mesmice. Todo mundo quer colo, palavras bonitas, pés para caminhar junto. Abraço de verdade e amor sem egoísmo, com total aceitação de nossas tantas imperfeições. As pessoas não vão nos agradar sempre, a gente tem que saber disso. Podemos também às vezes abdicar da necessidade de defender nosso ponto de vista. E olha que nem dói. Todo mundo quer ser melhor, mas o preço por isso é alto e nem todos estão dispostos a pagar.


A vida é assim. Algumas pessoas vão se apaixonar por você e outras nem tanto. Algumas vão te magoar e sair andando e se não tiver jeito você tem que deixar ir. Somos todos responsáveis por nossas escolhas e omissões. A gente só tem que seguir sendo a gente mesmo. Aprendendo a filtrar. Muitas vezes o que não entendemos é o que nos cai melhor no momento. Mas o que eu quero dizer com isso? Nada profundo, não sou nem fã de filosofia. Só ando testando as minhas habilidades para descobrir a verdade de alguém. Pra não viver presa em mim e numa vidinha besta com uma felicidade que dura menos tempo que uma pipoca no micro-ondas.

Mi estúpido Cupido

11 de fevereiro de 2013
                                   


Querido cupido...

Adoras brincar com os amantes como se de pequenas marionetes se tratassem. Sempre tens uma carta na manga, dás sinais falsos às pessoas, pões frios estranhos na barriga. Fazes o que queres e ainda se divertes com isso. Sendo ao fazeres sofrer ou a dar aquela ligeira ilusão de felicidade.

Não deixas liberdade de escolha. Crias expectativas irreais e possibilidades tentadoras, porém, vazias opções. Você, que eu desconfio usar óculos, mira alvos, erras a pontaria, não tens concentração. Brincas em serviço. Ignoras os advérbios, gosta de opostos. E ainda por cima, não fica para acompanhar o processo que iniciou, deixando ao léu a vitima indefesa. Ainda desconfio que ri por trás, depois do estrago feito e de tantas epifanias naufragadas. Tens, sem dúvida um humor terrível.

Quando as coisas estão correndo bem para os nossos lados, quando sentimos que finalmente encontramos um chinelo velho para o nosso pé cansado, lanças uma bomba para cima e estragas tudo o que construíste. És, sem dúvida um fanfarrão. Ás vezes preferia que nem sequer te desses ao trabalho de agir. Olha à tua volta. És muito atrapalhado. Não percebes que vamos dando nosso jeitinho e que nem sempre precisamos de ti para mudar as coisas? Que, muitas vezes, ficamos bem sem nos tocares nem com o dedo mindinho?

Se é que podes ouvir este conselho, tenta agora remediar o que por pura distração tua deixaste ruir.Tenta consertar os corações que deixaste na sarjeta e arranja muito band-Aid para colar os egos feridos. Pois, isso também será obra tua, suponho.

És estúpido, cupido. Se emenda cupido. Tá me ouvindo cupido?

 ***
[Esse texto é obra de ficção. Qualquer reclamação, favor procurar pelo cupido, a culpa é dele!]


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