Carrego o mundo dentro de mim, tenho uma fome insaciável, possuo
emoções que não me cabem. Penso que
podia ser diferente, mas fui premiada na roleta da sorte, predeterminada à
intensidade! Tic tac, batendo no meu peito acelerado, descompassado. Nunca
aprendi a domar o coração, mas fui feliz pra sempre, valeu a pena o esforço e a
dor.
Dos amores que tive, uns foram-se, outros me tiveram por completo.
Das pessoas, umas partiram silenciosas e outras iluminadas.
Mas o tempo me ensinou e só ele, a não acreditar demais e nem desistir tão
depressa.
Estão comigo as alegrias que cultivo, meus sonhos vividos e aqueles que virão. Amores antigos e os segredos mais íntimos.
Fora isso, carrego também a esperança que nunca desiste de brilhar pra mim, com
pedrinhas furta-cor aonde deposito tudo de melhor. Como um saco sem fundo, onde
cabem todos os sentimentos do mundo. Sem borda, sem beira, com espaço sobrando
chamando pra entrar. Como um amor de verdade desses que deixa espaço só pra
sentir saudade. E no fim de tudo, seja qual for o sentimento, o mais
contraditório e absurdo, é tudo o que faz essa pele que me veste tão bem. Que
me engole em um segundo, corpo, alma e coração.