Se é que existe vida no agora

24 de julho de 2012

É noite, o frio lá fora arrebata. Comi um sanduba que o marido preparou e sentei aqui pra escrever esse texto. Tão cheia de fugas. Por que eu sinto falta de postar e por que ninguém entende a minha necessidade de sumir (por uns dias). Como posso tentar me livrar do que conquistei? Eternamente responsável...

Escrever é meu vício. Com minha mania de me expor em palavras e minha facilidade de viajar sem sair do lugar. A cabeça dá um nó. O coração salta. Me tire o papel e a caneta e estará me tirando o oxigênio. Só faço isso, frases soltas e textos despretensiosos. Se eu pensar demais e não escrever me dê um calmante. Me empreste seus ouvidos por um minuto, um minuto apenas. O coração pula no peito e parece que vai sair pela boca, me dê, por favor, me dê papel, me dê caneta, me dê alguma história pra contar, pra enlouquecer, pra sair do corpo, pra buscar sentido, pra me encontrar. Você não sabe, mas deveria saber. Meu coração anda de salto alto e minha vida é um caça palavras. Se eu parar não existo. Pode mandar enterrar. Ando precisando de coisa nova. Planos tenho muitos, as opções são tantas e o mundo gira e minha cabeça gira e tudo ao meu redor gira, só aqui, esse instante permanece parado. Talvez por que tenha que ser. Talvez por que eu precise enxergar a beleza do momento. Pra ter a sensação de que nenhuma hora esta sendo em vão ainda que eu fique aqui, sem mover uma palha.

Sem tempo para lidar com mediocridades. Totalmente sem tempo pra coisas que não se encaixam agora. A gente vai ficando velha e irritável. Falta paciência pra conviver com gente durante todo o horário de trabalho, quando na verdade, queria era dar um salto. Um Plus. Pegar a bolsinha e dizer, tô indo, fui ! Essa coisa é pequena de mais pra mim. Nesse relógio sádico onde o tempo não corre. Como se quisesse saber onde é o meu limite. Fase estranha a da espera, do amadurecer, onde dar um salto no escuro já não vira adrenalina. E crescer é um processo onde a gente vai deixando pedaços da gente pra trás e se unindo a outros pelo caminho. Eu já quis ganhar o mundo e hoje eu quero bem menos, quero me concentrar no agora. A gente quer cumprir todas as regras e acaba chegando a lugar nenhum. Então eu engulo o grito aqui dentro por que já entendi que algumas coisas ainda não tem tradução. Por que na busca da coerência a gente sempre se contradiz tentando achar o equilíbrio e por que faz tempo que parei de pintar o céu de rosa pra me sentir motivada. Não. Nunca fui de jogar dados ao acaso. Sou meio avoada assim, mas a bagunça da minha cabeça é organizada. É só a minha necessidade de viver que me mata. Cheguei num ponto da vida que estou sempre pronta pra largar qualquer coisa. Isso não quer dizer que não vá doer, quer dizer que eu já aprendi a desapegar.

Sorrir cansa. Chorar cansa. E dá medo encarar o que é definitivo. Mas eu preciso muito deixar acontecer um momento da renovação. É por isso que eu ando me sentindo assim, numa sala de parto, a espera de algo que ainda não sei como vai ser, se vai ser e que gosto vai ter. Por que criamos nossos planos e depois a gente mesmo se boicota. Não quero me perder. Dá medo se perder. Tenho uma enorme dificuldade em esperar por qualquer coisa. Por que nesses momentos o coração não faz qualquer relação com a razão. Por que de vez em quando eu tenho que contar com um ansiolítico pra segurar a onda da minha cabeça cheia de planos, de vontades e sonhos. Tudo faz drama dentro de mim, ainda que nada seja realmente urgente. Meus pensamentos são complexos demais. Sou cheia de dúvidas e brigo com minha dualidade o tempo inteiro.

Dá muito trabalho trocar de casca. Se livrar dos excessos exige uma reforma interior, que não acontece do dia pra noite, leva tempo a escolha do que guardar e do que jogar fora pra sempre. Pra mim, acho que o que falta é coragem e tempo. Realmente preciso desse balanço. Pensar no que estou fazendo e na direção que quero tomar. Quero olhar no espelho e ver o brilho nos meus olhos. Por que debaixo da minha maquiagem e por trás do meu sorriso, eu sou apenas uma mulher que deseja o mundo. Vou indo. Estou prestes a mergulhar, não joguem botes, não me salvem .....


Um café e um amor

18 de julho de 2012


Eu sempre tomo o meu café silenciosa. Não procurava nem esperava companhia. Mas já que você apareceu pode ficar. Eu gostei de você com esse gosto de manhã. Água, corpo e coração quentes. Por que assim como o café, o amor não serve frio. Tem que vir quente. Fervente e pelando a língua. Essa coisa que invade pela boca enquanto a gente se olha. Teu amor e teu gosto de café na minha boca.

Foi um sorriso e você disse que era amor. Foi um abraço e agente sabia da cumplicidade. Foi aquele beijo que me deu pra você. Foi você chegando que definiu todo aquele momento que eu vivia esperando a vida me mostrar. Não sei nada de nada. faz tempo que sou outra. Você quer me enquadrar nas suas palavras, quer que tudo faça sentido, mas não entende que eu sou feita de liberdade, de marcas e de amores. Eu não me prendo à palavras, você ja percebeu isso. Quer me prender me dê ações. Mas é teu gosto que me deixa impaciente. Tenho uma alma avessa a contenções. Não sei me dizer não. Me acostumei mal. Me acostumei com você.

Foi bom você ter aparecido e me mostrado esse outro lado. Ter acalmado as minhas expectativas sem querer saber das minhas razões. Você não quis saber de nada, apenas chegou e se acomodou, sorriu esse sorriso doce e exalou esse perfume bom. Em mim. Quem disse? Quem disse que você podia acalmar a minha agitação? Desacelerar o meu rítmo? Quem disse que estava autorizado a tirar todos os meus planos da gaveta? Talvez fosse isso que faltava.

Venha Comigo, aprenda a tocar as cifras da minha música. Tudo irá acontecer exatamente como deve ser. Enquanto tomo meu café eu tomo você. Tomo meu café e olho pra você.
Ou vai, que você tem mesmo que ir. Não peço nada, me dá o que você tem. O que é teu já me basta.

14 de julho de 2012

Sem retoques

10 de julho de 2012

O sangue que corre aqui nessas veias é pulsante. É no amor que me sinto em casa. Inventando uma história qualquer que eu me sinto viva. É de uma paz intensa que meu peito tem vivido. Sem enganos, sem dúvidas, apenas a espera me transborda. Sou feita de amores intensos, de paixões erradas, de pessoas bonitas, de afetos despretenciosos. Sempre segui a vida com o coração na mochila, algumas vezes o lápis borrado, mas com o sorriso e a coragem. Não guardo mágoas, cartas, histórias passadas, não levo peso. Acho graça de mim mesma com minhas teorias furadas. Sou gente, choro, sinto dor, mas prefiro sorrir. Sou gente que vive e que tem saudade....sei lá de quê! Existe em mim uma urgencia por viver.Viver tudo. Viver logo. Não sei esperar.

Nunca forcei ou falsifiquei amizades e amores. Se eu gosto de você eu gosto. Se eu não gosto eu não minto.  Não consigo aturar gente falsa por muito tempo, gente que leva um peso na alma e nunca divide nada bom, por mais que eu tente, eu tenho que me retirar. Saio de cena e assim, poupo os outros da minha sinceridade ácida. Já fui de sentar e bater papo até altas horas, já fui de trocar confidências. Hoje, bato altos papos com meu travesseiro. Ele me ouve e ainda afaga a minha cabeça pra dormir. Eu mudei com o tempo, meus valores não. Não tenho mais vontade de agradar gente que não merece destaque na minha vida. Não me interessa mais nutrir amigos de conveniência, andar com gente que não tem o que acrescentar, me alimentar com falsos amores e nem criar meias verdades pra me sentir melhor.

Sempre tive corágem de admitir todos meus medos, minhas falhas, neuroses. Gosto dos meus erros e simpatizo com eles por que são parte fundamental de mim. Quem gosta e esta comigo, está por que me vê de verdade. Eu sou legal mas não pise no meu calo.
Algo que  não abro mão nessa vida é do meu espaço. Respeite ele por que eu, com certeza, nunca vou invadir o seu. Não é todo mundo que coloco dentro da minha casa. Não é todo mundo que ganha a minha confiança. Acho bonito gente simples, limpa, transparente. A coisa mais rara que tenho são as pessoas que amo. Por elas eu faço qualquer coisa. Tenho uma personalidade forte, nem sempre fácil de entender. Mas olha a minha cara de preocupada!

Não sei viver o morno por que ele não combina comigo. Sou de um lado a leveza, o amor o verbo a saudade. Do outro meio briguenta, viro a cara, não falo com gente chata, não me obrigo a certas coisas, não vendo a minha alma a preço nenhum. Deixo de ganhar dinheiro pra defender a minha dignidade. Deixo de ganhar amigos por não ser Maria-vai-com-as-outras. Deixo de agradar certas pessoas por não ser hipócrita. Ser verdadeira é uma faca de dois gumes, por que quem é de mentira não suporta quem é de verdade. 
Essa minha carinha de ‘eu sei o que to fazendo’ engana bem. Sou forte mas sou sensível e meu coração é mole, mas às vezes não tem quem amoleça. Posso ficar horas tentando te explicar. Mas não vai adiantar, é questão de sentir. Não de tocar...



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