O amor vê além

15 de novembro de 2016

Você leva uma vida comum, até que você conhece alguém, que chega devagar, cheio de peculiaridades e aos poucos vem trazendo o amor pra dentro da sua vida, e ela então, passa por um processo de conjugação diferente, a vida acompanhada ganha um significado especial.

De fato não é fácil viver uma vida a dois. Amar é uma luta diária para que tudo funcione bem, para que a gente consiga ajustar os temperamentos e expectativas diferentes, para que a paixão permaneça cúmplice, para que os sonhos ganhem força, para que a amizade se desenvolva. O ‘’eu’’ agora passa a ser ‘’nós’’, o amor virando parte da rotina como uma extensão de você para o lado de fora. ‘’Nós’’, agora estamos em todas. Pra toda obra. Pra tudo que vier. Embora os momentos de singularidade ainda se façam necessários, é no ‘’nós’’ que nos sentimos em casa.  O que antes era pesado passa a ser mais leve, o inalcançável se torna perto porque você tem alguém que te impulsiona na direção dos seus objetivos, aquilo que deveria te machucar ao extremo, se torna menos doloroso quando você deita a cabeça naquele colo para receber o melhor aconchego e conselho do mundo. E então você começa a perceber que nada mais do lado de fora pode te atingir tanto assim.
A gente tem sempre a tendência de procurar por amores prontos, pré-fabricados, perfeitos, mas o amor  de verdade, pede menos exigência e mais cuidado. A cada dia podemos aprender algo novo, o que nos faz valorizar coisas que só nós enxergamos, mesmo que pareçam tão bobas e pequenas. Como quando ele ri das piadas sem graça que você nunca sabe contar, o abraço roubado no meio do corredor, como escovar os dentes juntos rindo de alguma coisa boba que aconteceu com um dos dois durante o dia, o bilhetinho na porta da geladeira.

É por isso que não podemos entender o amor olhando com pressa. Ele pede delicadeza, atenção, paciência, saudades e alguns silêncios. Sim. O amor está nas pequenezas do dia a dia. É como uma bateria que precisa ser recarregada diariamente, pois, é na rotina que ele fortalece suas raízes e embora seja um caminho árduo o dessa convivência, ele é simples e puro em sua essência. Quanto tempo a gente perde nessa ideia de querer mudar o outro pra que ele se ajuste ao nosso jeito, quando na verdade, são nas diferenças que a gente se completa. É, amar nos tira da zona de conforto, muda nosso ângulo de ver e nos faz enxergar coisas através dos olhos de outra pessoa, o amor nos engrandece, nos confronta todos os dias sobre estarmos realmente certos de abraçar ele com todo o seu pacote. Nisso tudo existe mais beleza do que a gente realmente pode ver. O nosso mundo não precisa ser igual, a gente só precisa somar e contribuir para que o mundo do outro seja uma casa feliz e habitável.

No final das contas amar é uma decisão, a junção de duas cabeças diferentes que decidiram conciliar seus mundos, seus sonhos, ideologias, medos, manhãs de sol, manhãs de chuva e ainda assim...viver cada dia, dando uma chance para as diferenças, para os dias quase sempre todos iguais, sem regras nem manual, apenas a vontade de fazer dar certo.




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