É verdade que é preciso inspiração
para escrever. Os pensamentos se transformam em letras e tudo aquilo que se
vive, sente e vê se transforma em texto. Tudo explicado e definido nas pontas
dos dedos. Melhor ainda quando se esta aninhada nos braços de quem se ama. Não
ter letras é como a música tocada fora do compasso. Um oco no meio do peito, um
excesso de espaço. É a falta de prosa, nem que sejam dois dedos dela. Andando
na corda bamba sem saber pra que lado se jogar.
Mudar de tom, a gente vai
mudando. Desperta pra dentro. Faz novas escolhas, entende as pausas. A gente
apenas vai se continuando a cada passo novo. A cada nova história contada, a
cada pessoa nova que o tempo traz pra dentro da vida da gente. A gente é isso.
Um amontoado. Um monte de coisas guardadas esperando pra se mostrar. E ser. E
acontecer.
A vida é movimento. A hora
que não espera.
Segunda chance é pra saber o que fazer com ela. Renascimento é pra saber fazer
melhor. Humildade é exercício. Sorte, apenas questão de boas escolhas. Silêncio,
a gente usa pra desfazer as confusões, aqui, dentro da gente.
Nunca gostei de felicidade
instantânea.
Pra mim, a felicidade nunca veio fácil, nem barata, nem comprada. Ela é
demorada, construída e saboreada.
Prefiro esperar com fome pelo prato cheio.
Felicidade é um embrulho com laço de fita que a vida dá e a gente tem que
abrir. Tudo que a gente traz tem a intensidade do que a gente vive, algumas
coisas a gente aprende a administrar na marra, outras....no riso. E nosso riso
não é pra todos, é pra gente que merece.
É exatamente nas pequenas
delicadezas que a gente vai ensaiando as notas, depurando, deixando as coisas
fazerem sentido. Porque amar é ser do avesso o tempo inteiro.