APENAS MAIS UMA SOBRE O AMOR!

13 de julho de 2016



Muita coisa já foi dita sobre o amor e todos nós carregamos uma história bonita, tenha ela continuado ou não. E não importam os anos, o que foi de verdade simplesmente permanece. São histórias que a gente só se atreve a lembrar no silêncio do quarto.  No silêncio da gente. Nas noites de insônia, quando pensamento vai longe e resolve abrir aquela caixa de lembranças daquele amor já amarelado pelo tempo, que decidiu não partir e acaba adormecendo dentro do peito. Mas só adormece.
O amor dói. Arde. Cura. Transforma e às vezes faz a gente chorar. Mas nada tira a beleza do amor, por que até doendo ele é bonito. Com todos os seus traços, rabiscos e partes enferrujadas. É tanta coisa que o amor pode conter. São tantas juntas e um emaranhado de sentimentos. É simplesmente um turbilhão que acontece sem precisar de palavras.

E quem nessa vida quer passar por ela sem ter vivido um amor assim? Forte. Único. Daqueles que só você sabe a diferença que faz. Que fica marcado e que te lembra o que é sentir todas as sensações possíveis de uma só vez. O amor. Do jeito que ele é. Complicado e ao mesmo tempo tão simples. Que fere e que cura. Te liberta e te prende. Fugaz e permanente. Que te mostra o mais bonito dessa vida tão inconstante e tão banalizada.

Você sabe que é amor quando ele te transborda, quando ele te transforma. Quando você se sente não cabendo num corpo só.
Às vezes ele fica ali, acomodado no sofá da sala...traçando o seu molde.
Amor que resolve não partir tem dessas coisas.  Se sente à vontade dentro da casa. E o único jeito é aceitar que teremos que conviver com ele como parte concreta de nós porque a vida não vale à pena sem o amor preenchendo nossas lacunas. Só o amor nos liberta de todos os nossos medos. Só ele nos dá vontade de seguir em frente, mesmo fazendo latejar vez ou outra o coração da gente.

EU NUNCA FUI NORMAL

17 de outubro de 2015



PLANEJAR VÁRIAS COISAS, mudar de cidade, emprego, de sonhos. Isso não temnada a ver com inconstância, mas com buscar o que nos faz feliz!
É claro que isso não se aplica a todos, falo de mim, porque vida estática nuncafoi muito a minha praia, eu até já tentei, mas dá comichão, ansiedade, dor de cabeça, insônia, enfados. Vida mergulhada em aspirina e cafeína.
Já me senti culpada por simplesmente ser incapaz de fazer o que todos fazem,focar numa única coisa e seguir uma rotina. Talvez ter muitos projetos e ideias nosdeixe mesmo sem um foco, mas no meu caso, em certa fase da minha vida essainquietação foi extremamente positiva, pois acabou me trazendo ao que me tornei,aumentou o meu campo de visão sobre tudo ao meu redor, me trouxe experiências euma variedade de coisas que eu jamais teria conhecido. Lugares, pessoas, culturas, aescolha de uma profissão que tem o meu jeito e projetos que me realizam.
Isso pode até parecer papo de quem já está com a vida ganha, mas foiexatamente sobre isso que comecei a pensar anos atrás: “Seria muita ambição quererfazer aquilo que o nosso coração pede? Qual teoria de vida seria assim tão maisimportante que a prática?”.
Se perder de si vez por outra faz parte da vida tanto quanto tomar café, isso éfato. Então, talvez o primeiro passo seja descobrir quem você é e o segundo, saber oque fazer com aquilo que descobriu. Quer coisa pior do que quando nos olhamos etemos a sensação de que não saímos do lugar? Aquele momento em que você percebeque falta algo, que não seguiu seu coração e jogou no lixo seus verdadeiros desejos.
Antes detudo, seguir o coração não significa abandonar tudo ou não ter umroteiro. É planejar algo que não te faça perder a vida, um caminho que você seidentifique e se enxergue nele. Então vá e saia do piloto automático, invista seu tempoem você, tenha um plano B, enquanto for necessário dedicar-se ao plano A. Se sernormal é fazer o que todos fazem, um monte de seres humanos em série, então, quetortura isso! Tenho amigos que preferiram seguir o caminho mais “prático” da coisa,aquele já pronto, já trilhado por outros e hoje amargam suas decisões precisandorecalcular a rota em busca do que realmente os realiza. Isso também é normal, já quevivemos em constante mutação.
As experiências que carregamos nos definem, elas são a gente nascendo para omundo. Talvez você não entenda isso, talvez as minhas ideias sejam só minhas. Tudoque sou hoje devo à minha inquietação, então se você também não é normal, tocaaqui! E se na busca por você ainda não houve resultados concretos, mas se mesmoassim, bem no fundo, você sentir a vida te convidar, então, gentilmente tire os sapatose entre. Respire fundo. O mundo não te deve nada, nem você a ele. Assuma seu jeito eseu tempo, ele está dentro de você. Sem precisar ser perfeito ou impressionar, quemsabe servir de inspiração para alguém já seja meio caminho para uma vida autêntica.

Boto fé!

POR: DRI ANDRADE


SOPROS DE LIBERDADE

23 de setembro de 2015




                 Adélia Prado já aos quarenta disse: " Não quero faca nem queijo. Quero a fome.''

É Adélia querida, quem diria que chegando aos trinta e até (já passando deles) eu ainda sentiria esse alvoroço, cultivaria um coração inquieto, que anda de pés descalços, caçando emoções, nutrindo um desejo fértil pela felicidade!

E não adianta querer me mudar, nasci assim, coração no volante e fim de prosa.
Uma cidadã reflexo de tudo que a rodeia, mutante, repleta de sentimentos não definidos, talvez um misto de certeza e falta de chão. Que fala sem rodeios sobre uma liberdade infinita e urgente que mora no meio peito. Liberdade dos achismos. Liberdade do que é clichê, do que é passado, da ''obrigação do status'', das vontades fúteis. 
Essa sensação fulminante que ninguém sabe onde começa e onde termina. Sobre ela  não se decide absolutamente nada. Chega, avassala o cerebro e deslumbra os olhos. Ela simplesmente acontece. Mas e ai?

Belo dia você abre os olhos e ela esta la, sentada na cadeira ao lado da sua cama,  você evita olhar o relogio porque percebe que ela deixou de ser uma menina bonita de rosto sardento e rosado e passou a ser um senhor de barba, sentado em sua cadeira de balanço ressoando o maldito tic-tac na sua cabeça. A mesma que você enfia no travesseiro. Se enrolando toda naquela sobra de cobertas que fica na cama depois que o marido sai. 

Você desliga o mundo e organiza a mente, no silêncio do quarto, pelo lado de dentro. E por esse lado, graças a Deus, nunca te foi sugerido que abandonasse alguma parte essencial sua. Então você decide ir, imperfeita mas inteira. Porque somos assim,  Mick Jagger e eu, dramáticos que acreditam no poder avassalador da insatisfação. Somos desses capturados pela incontrolável vontade de viver. Ela esta bem ali, na antessala da vida te esperando, querendo uma chance, uma brecha, uma resposta. É a conta chegando, e você não pode estar no saldo devedor.
Por isso decide, agora é janeiro o ano inteiro. Liberdade pra fazer tudo o que se quer fazer. E não existe nada mais gostoso e livre do que se deixar levar pelo que o coração manda. 

Já que somos uma jornada, aproveitemos a viagem. 
Pode cortar a fita da linha de chegada. Se ouvir meu nome na boca da vida, não poderei responder (não agora), sinto muito.  Eu fico aqui com meu café, amando música, sendo amada e tendo a sorte de poder ouvir meu coração, porque eu só quero viver e isso é pra Ontem! 



POR: DRI ANDRADE


UM LIVRO NOVO

1 de janeiro de 2015




"Eu sei que todos os dias quando eu acordo Deus dá um sorriso e me diz: Estou te dando a chance de tentar de novo."
Caio Fernando Abreu

Em uma dessas mensagens de ano novo que a gente recebe pelo Whatsapp, recebi de uma amiga uma que dizia que o ano que se vai é um livro já escrito, praticamente concluído. Depois de ler, refleti. Porque eu reflito sempre que estou feliz ou triste. Porque refletir é o mesmo que dar sentido às reticências (que são tantas). É se fazer perceber e isso pode te deixar cheio ou vazio, completo ou ainda mais pela metade. É procurar respostas sem saber se vai encontrar. É sentir. Deixar vir à tona, virar o peito do avesso e colocar em pratos limpos. É se frear. Parar tudo o que está fazendo e recalcular a rota.

Refleti. Pensei nas coisas que me deixaram triste, nas que me magoaram, sobre o quanto preciso aprender a lidar com as minhas expectativas em relação às pessoas. Sobre as escolhas mal e bem feitas e nas consequências que isso me trouxe. Principalmente nas bem feitas, em o quanto me realizei nelas, o quanto me senti plena e feliz. Das lições que tirei das coisas que me pegaram de surpresa. Um ano cheio de altos e baixos. Como a vida de qualquer pessoa que se propõe a vivê-la em sua totalidade.

Troquei de casca várias vezes, e, como já disse aqui antes, trocar de casca dói e não é pouco, mas a vantagem é que só quem aceita, enfrenta e não desiste é que leva o bônus no final e o bônus é que a gente cresce, amadurece e melhora. Melhora pra caramba. No fim, tudo faz sentido. Mas quem disse também que tudo precisa fazer?
Mais do que nunca eu quis melhorar, pra mim, pra minha família, meus amigos. E pra isso precisei parar tudo pra perceber o que é essencial e o que não é. Porque em certos momentos acabei deixando o urgente expulsar o importante. Precisei me conhecer mais a fundo e me incomodar por não conseguir enxergar minhas falhas mesmo que elas estejam tão aparentes. Não é o que dizem, é o que pensamos sobre nós mesmos. Porque quando estamos em paz, nada disso importa tanto assim. 

Tive que abrir mão de escrever e, quando se vive de palavras, trancar a inspiração não é algo muito saudável.
C
horei sozinha quando achei que não conseguiria dar conta de tudo. E é muito difícil ter que dar conta de tudo. Até que você se dá conta de que, o TUDO, é exatamente o que você buscava. E que as melhores coisas vêm com muita luta, fé e lágrimas. É quase um parto. Fiz 30. Abri meu próprio negócio, me realizei no que faço. Gerenciei contas e pessoas, gerenciei minha casa, meu casamento, surtei, me acalmei, chorei pra caramba e no final Deus enviou anjos pra segurar a minha mão e me fazer sorrir. E é por causa dEle e só dEle, que me ajudou durante 365 dias de batalhas e conquistas que estou aqui, com a mala cheia de aprendizado, fé e vontade de continuar. Parece que algo apitou aqui dentro. Fiquei mais cautelosa. Menos apressada, fiz menos promessas, mergulhei na realidade e tive lições sobre reciprocidade. 

Mudar é sempre um investimento. 
Quanto vale uma noite bem dormida? Quanto vale um segundo perto de alguém que a gente gosta? Quanto vale a saúde? Quanto vale o aprendizado? E quanto vale o amor? Abrir esse pacote não é tão simples quanto parece. Significa que de alguma forma teremos que abdicar de tantas outras coisas. Realizar sonhos é cansativo, desgastante e os nossos erros e acertos acabam sendo uma espécie de bússola interna que carregamos por onde vamos. E se é de ter nova chance todo dia, então, me construo e reconstruo. Do meu jeito meio torto às vezes, pra não me perder e fecho esse ciclo sentindo uma extrema necessidade de ser mais simples. Sem buscar sentido. Razão nem emoção. Sem refletir sobre mais nada. Pensando bem acho que esse vazio pode ser fome. Vou ali atrás de uma barra de chocolate.




EFEITO BORBOLETA

10 de julho de 2014

CHEGA UMA HORA em que a gente quer mudar.
Daí vem aquela vontade que não faz concessões, não respeita convenções, quepula peito afora quase nos expulsando da própria vida, como se fôssemos estrangeirosde nós mesmos. Sem sujeito, endereço nem predicado. Essa metamorfose queacontece de dentro para fora e de repente você se vê ali, sentada sentindo o cheiro docafé, ouvindo a música no rádio, sentindo fome de vida.Porque você não se ajusta bem com nada mais ou menos. É um inconformismo,
um desatino permissivo, e não precisa ser quando alguma coisa vai mal, pode serquando a geladeira está cheia e a cama arrumada. Quando as frutas estão novas,doces e amareladas. É só um efeito do tempo, simplesmente te implorando coragem. Ésó a vida te agarrando pelo braço e te dizendo: “Vai viver!”. É só porque você nãosuporta o marasmo e essa palavra quase lasciva chamada possibilidade que morde eassopra te faz como ninguém brilhar os olhos.
Porque você é dessas que desafia a correnteza, que arrisca as garantias, quesobe no palco e grita, que compra passagem só de ida e que dá conta de tudo nofinal...
Porque a gente quer saber até onde pode chegar. Um onde que tem mais a vercom as realizações do que com o ponto de chegada. A gente quer uma vida cheia de certezas, com uma fotografia impecável e trilha sonora perfeita, num desses efeitosborboleta em que tudo sai exatamente como o esperado.
A gente nunca sabe o que pode encontrar quando não estamos procurando pornada. Até que um dia a gente se dá conta que foi imensamente modificada.
Sempre há tempo pra virar a vida do avesso, quebrar os protocolos, começar aditar as regras. Sem medo de ser feliz. Sem medo de deixar aquele emprego que não realiza, aquele namorado que não encanta nem desencana e saber que há satisfação infinita em prazeres simples, como ficar em casa em plena sexta à noite, arrumando suas gavetas e devorando aquele livro novo ou fazer uma viagem sozinha, começar a trabalhar em casa. Saber que dá para ser feliz aos poucos, sem motivo aparente, sem momentos grandiosos nem circunstâncias favoráveis. Dá pra começar, terminar e parar com essa mania de ficar deixando pontas soltas, deixando tudo para a semana que vem. Melhor recompensa que o alívio de ter tentado, não tem.Então, por que em vez de passarmos o tempo todo nos boicotando, não fazemos as pazes conosco, tomamos um café, nos damos um abraço e seguimos em frente?

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