A princesa que caiu na real

30 de março de 2013


Branca de neve, bela adormecida, Cinderela....o que elas tem em comum?
Histórias com um final que a gente já conhece: Um príncipe, um cavalo branco e um feliz para sempre. Certo. Cavalo branco é uma coisa linda, final feliz a gente espera todo santo dia e príncipe encantado....bem...essa é a hora que o despertador te acorda e você cai da cama, por que a Disney já levou todos pra lá!

Não, não, não...não desacredito de finais felizes, só que mulheres modernas merecem histórias modernas. E a realidade é que a princesa não esta mais presa em uma torre e muito menos dormindo eternamente esperando alguém para lhe acordar com um beijo de amor. Ela sabe que não existe fada madrinha que realizará todos os seus desejos, por isso, resolveu acordar, cuspir a maçã e ir à luta. Trocou os vestidos de seda pela calça jeans. Descartou os sapatinhos de cristal e calçou o all star, trocou o espelho que só fala a verdade por um menos cruel. Ela tem um emprego, faz compras no shopping com seu cartão de crédito turbinado. Massagem para relaxar, lê bons livros e ouve boas músicas. Malha duas horas, 3x por semana, curte praia, teatro, cinema e a própria companhia.

O cavalo branco já não faz mais parte do seu sonho. Ela quer sim um príncipe que venha lhe oferecendo amor, mas se ele demorar muito, ela chama um táxi. Ela é só uma garota tentando ser forte, por que cresceu, mudou, tropeçou, se ferrou e aprendeu que não dá mais pra ficar em casa, chorando por amor não correspondido e sendo magoada por idiotas. Ela já sabe que amor perfeito, sem mau humor matutino, bafo, e com ‘te amos’ 24 hs não existe. Nunca existirá. Ninguém virá lhe salvar. Ninguém aliviará seu cansaço das batalhas diárias. A história é outra. O príncipe é só um pobre homem tentando entender suas loucuras e tpm’s. Tentando ensinar que a palavra “eu te amo” significa menos do que estar dentro dos dias da vida um do outro. 

O príncipe de verdade não é encantado, ele brilha de dentro para fora. Ele não a deixa esperando com o telefone no colo e o coração a mil, ele não dá aliança vagabunda pra fingir compromisso fajuto. Ele é aquele cara que pensa nela e pensa numa forma de fazê-los felizes um dia por vez, que faz de tudo pra lhe arrancar um simples sorriso do rosto. E a faz entender que existem mais coisas dentro da vivência do que nos contos de fada. Que muitas vezes não dá pra encaixar aquele romance das telas do cinema dentro das páginas da realidade. Mas que é bem possível construir seu próprio conto, que não precisa ser de fadas mas pode ser absurdamente feliz em quanto durar. 



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