Pano de fundo

25 de maio de 2013

Ainda acho amadurecer uma das melhores coisas da vida. A gente olha pra trás e vê que já não é tão bobo. Tão empolgado. Tão inocente (embora inocência seja parte essencial da vida pra gente não se deixar endurecer), mas não aquela que faz a gente falar demais, demonstrar demais, ser impulsivo demais....É...crescer é muito bom.

Agente fica mais firme, mais forte, se conhecendo mais. A gente já não faz tempestade num copo d'água, já não acha que tudo é definitivo, já não se apaixona pra adoecer. Fica mais desconfiada. Não suspira de graça por qualquer sujeito. Já não se empolga pra mudar de cidade, emprego e vida por causa de um amor. A gente agora quer uma via de duas mãos. Quer amor com identidade, endereço fixo e segurança. (De preferência na mesma cidade). Descobre que, fora a morte, pra todo o resto tem jeito nessa vida. Já não acha mais que não pode viver sem aquela pessoa. A gente acha mais importante não se perder da gente mesmo. Já sabe que nossos amigos têm a vida deles e a gente a nossa. Aprende a respeitar espaços. Aprende que a vida não tem que acontecer já.  Às vezes é depois...

A gente para de morrer se as coisas não dão certo. Aprende o valor de certas coisas, como um beijo e uma boa companhia. Aprende a só chorar se for importante, aprende a sorrir sem reservas, a viver sem se cobrar. Deixa aquelas paranoias dos vinte de lado. Aquela vontade de correr pra não-sei-o-que. Se perdoa pelos erros do passado. Fica mais esperta, mais sábia, mais segura e mais seletiva. A gente até fica mais bonita e (sem espinha!). A gente já não quer contar aos quatro ventos quando tem alguém novo balançando o coração da gente. A gente aprende a guardar o melhor. Esperar o melhor, e se tiver que dar certo, bônus pra gente. Sem buscar perfeição, a gente aceita os defeitos e faz uma limonada com eles.

Há quem diga que se perde isso ou aquilo com o tempo. Eu já acho que ganhei mais do que perdi com ele. Existem coisas na vida que melhoram extremamente com o tempo. É bom viver sem tanta cobrança. É bom deixar pra lá o que nos ensinaram para ter uma vida perfeita. Não é por que já nascemos com um roteiro de vida prontos que precisamos segui-lo. 

Não existe idade pra ser feliz. Porque a gente nunca se conhece inteiramente, mesmo passando dos 20, dos 30 ou dos 50. Estamos sempre definindo o que queremos. O que vamos ser. Seremos sempre alguém aprendendo a viver. A idade de começar de novo nunca passa. Porque pro amor não existe idade, nem pra beleza , nem pra felicidade. O que existe é um novo jeito de olhar a vida, um encantamento com ela, um jeito diferente e mais flexível de caminhar, resiliente eu diria. E ser feliz é aprender a ler as linhas do próprio coração. Preencher os próprios vazios. Nos livrar do que não nos faz bem. É fazer o que a gente gosta e viver bem com a gente mesmo. Mesmo que tudo mude sempre, só não podemos esquecer nunca, é de renovar quem somos por dentro.

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