Aquela coisa sem nome

18 de novembro de 2013


Você conhece dezenas de caras bonitos, centenas que te tratam como uma princesa, outros tantos inteligentes, interessantes, bacanas e atraentes. Mas a maioria deles não te prende, não te encanta, não te apaixona. Falta aquela coisa especial que ninguém explica. Aquela desordem momentânea e boa que de repente começa acontecer dentro de você.

A gente nunca sabe quando pode ser. Pode ser na praia num dia lindo de sol, no encontro de um dia chuvoso debaixo de uma marquise, no metrô naquele dia em que você esta atrasada. Na padaria  ou lado a lado em frente à banca de revistas. Pode ser num dia qualquer. Pode ser pra sempre ou talvez, dure infinitos e intensos instantes.

Na vida a gente se apaixona diversas vezes, perde o fôlego, o ar, sente aquela adrenalina gostosa, borra o rímel, o batom, aprende o que é saudade. É fácil ficar, curtir, difícil mesmo é encontrar alguém que bate com a gente. Que tem aquele plus, aquela coisa a mais que você não sabe explicar. E olha que eu nem estou falando de amor de verdade, porque amor mesmo acontece muito poucas vezes com tanta força. Eu tô falando daquele troço louco no meio do peito, aquele frio inesperado na barriga, de quando até mesmo você acha que está muito velha pra sentir.

Com o tempo a gente entende que realmente não gosta de alguém só pelo que ele é, mas pelo que nos proporciona emocionalmente, pela forma como nos faz sentir especiais, encantadas, bonitas, desejadas. A verdade é que existem pessoas e pessoas na nossa vida. Uns passam e só passam, não deixam marcas, impressões, não fazem um arranhão sequer nas nossas emoções, outros, chegam se instalam e ficam, muitas vezes, por um longo tempo.  Ficam na alma muito mais do que na presença física. Aquela pessoa que quando vai deixa um silêncio que ensurdece.  Que aonde deveria existir um ponto final deixa uma vírgula.

Todos que passam na nossa vida são importantes, mas de vez em quando alguém vem e simplesmente fica. Fica na tua paz e no teu desassossego.  Nas manhãs alegres de sábado e nas tardes tristes de domingo. Ele vem, e não fica só o perfume gravado no cérebro da gente, no cheiro do travesseiro. Ele vem de mala e cuia. Bagagem completa e permanece até quando puder ser e nos fazer sentir especiais. É aquela coisinha que ele tem que faz toda a diferença.  É o jeito de olhar, de falar, de sorrir das bobagens que você diz, é a faísca que sai quando vocês estão juntos. É o sorriso bem humorado que ele tem e bom humor é muito atraente. 
Ora, vamos parar com essa mania de achar que a única pessoa que mexe com a gente é aquela que amaremos para o resto da vida. O
 amor pode vir junto a tudo isso sim, ‘’ e que venha’’, mas não necessariamente. Na vida encontramos dezenas de pessoas interessantes que nos  marcam de alguma forma e nem metade delas se torna um amor de verdade. Na verdade, eu acho mesmo é que esse bendito amor aparece na vida da gente quando a gente menos esta esperando, bem nessas pausas que a gente faz de vez em quando entre uma coisa e outra. Bem na hora da distração.

Por que o amor ao contrário do que se pensa não tem que vir antes de tudo, ele é uma consequência de todas essas coisas que a gente acha especiais e até essenciais.  Ele também não é garantia nenhuma de nada.  Ele a gente sente e aproveita, e tenta fazer a coisa mais bonita possível. Acho que, se a gente atrai mesmo o que pensa, um jeito de encontrar alguém especial é sendo especial, se sentindo especial e tendo um bom faro para pessoas que também queiram alguém especial, por que um dia a superficialidade cansa. Quando assunto é amor, a gente nunca sabe o suficiente.  Mas se tem uma coisa que eu tenho certeza é que não é qualquer pessoa que mexe com a gente e, no fim das contas, na vida a gente acaba fazendo mais coisas por tesão do que por amor, em todos os sentidos...



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