O mesmo clichê de sempre

12 de outubro de 2013


Por que a tua cabeça maluca combina com a minha. No fundo somos dois anormais. Como fogo em brasas. Mas é um fogo estranho, que só queima pra gente. Você sabe, a gente entende.
Não te querer exige uma parte muito grande de mim.

A gente tem caminhos diferentes, sempre teve. Tenta aceitar isso de uma vez. Por que dessa vez não é como antes você sabe. Não adianta vir mexer em mim quando tudo tá um marasmo. Hoje o que eu gosto em você é só essa sensação de remeximento em mim, nas minhas coisas ocultas, mais nada.

E vê? Eu tô no meio dessa bagunça agora. Em toda bagunça do quarto, nessa bagunça da gaveta do meio. Quando tudo está certo eu até estranho. Por que você é louco e eu também sou. Porque a gente brinca com fogo e cutuca onça com vara curta.

Pra gente, não existe o ponto em que o silêncio basta. Não. É preciso encher o vazio. É sempre essa mania de não saber ir. E dessa vez não vou perguntar, porque você nunca tem resposta. Por que você sempre consegue inverter as coisas. Só que agora o silêncio é meu. Nessa nossa história não há vencedor. Depois de perder a razão a gente volta pra realidade, e a realidade é que a onça não precisa de vara curta pra te alcançar. Nunca precisou!




Do avesso

7 de outubro de 2013

É verdade que é preciso inspiração para escrever. Os pensamentos se transformam em letras e tudo aquilo que se vive, sente e vê se transforma em texto. Tudo explicado e definido nas pontas dos dedos. Melhor ainda quando se esta aninhada nos braços de quem se ama. Não ter letras é como a música tocada fora do compasso. Um oco no meio do peito, um excesso de espaço. É a falta de prosa, nem que sejam dois dedos dela. Andando na corda bamba sem saber pra que lado se jogar.

Mudar de tom, a gente vai mudando. Desperta pra dentro. Faz novas escolhas, entende as pausas. A gente apenas vai se continuando a cada passo novo. A cada nova história contada, a cada pessoa nova que o tempo traz pra dentro da vida da gente. A gente é isso. Um amontoado. Um monte de coisas guardadas esperando pra se mostrar. E ser. E acontecer.

A vida é movimento. A hora que não espera. 
Segunda chance é pra saber o que fazer com ela. Renascimento é pra saber fazer melhor. Humildade é exercício. Sorte, apenas questão de boas escolhas. Silêncio, a gente usa pra desfazer as confusões, aqui, dentro da gente.
Nunca gostei de felicidade instantânea.
Pra mim, a felicidade nunca veio fácil, nem barata, nem comprada. Ela é demorada, construída  e saboreada. Prefiro esperar com fome pelo prato cheio.

Felicidade é um embrulho com laço de fita que a vida dá e a gente tem que abrir. Tudo que a gente traz tem a intensidade do que a gente vive, algumas coisas a gente aprende a administrar na marra, outras....no riso. E nosso riso não é pra todos, é pra gente que merece.

É exatamente nas pequenas delicadezas que a gente vai ensaiando as notas, depurando, deixando as coisas fazerem sentido. Porque amar é ser do avesso o tempo inteiro.




Fome, amor e saudade.

17 de agosto de 2013


Carrego o mundo dentro de mim, tenho uma fome insaciável, possuo emoções que não me cabem.  Penso que podia ser diferente, mas fui premiada na roleta da sorte, predeterminada à intensidade! Tic tac, batendo no meu peito acelerado, descompassado. Nunca aprendi a domar o coração, mas fui feliz pra sempre, valeu a pena o esforço e a dor.

Dos amores que tive, uns foram-se, outros me tiveram por completo.
Das pessoas, umas partiram silenciosas e outras iluminadas.
Mas o tempo me ensinou e só ele, a não acreditar demais e nem desistir tão depressa.
Estão comigo as alegrias que cultivo, meus sonhos vividos e aqueles que virão. Amores antigos e os segredos mais íntimos.

Fora isso, carrego também a esperança que nunca desiste de brilhar pra mim, com pedrinhas furta-cor aonde deposito tudo de melhor. Como um saco sem fundo, onde cabem todos os sentimentos do mundo. Sem borda, sem beira, com espaço sobrando chamando pra entrar. Como um amor de verdade desses que deixa espaço só pra sentir saudade. E no fim de tudo, seja qual for o sentimento, o mais contraditório e absurdo, é tudo o que faz essa pele que me veste tão bem. Que me engole em um segundo, corpo, alma e coração.


Clandestinamente....

17 de julho de 2013

Com você não sinto necessidade de me expor. Posso existir no meu silêncio.
Posso ser sem alarde, ser mar calmo em dia bravio.
Posso escolher entre me mostrar aos outros ou ser apenas pra você.
Nada vira caos. Nada me atormenta. Por que agora eu sei o que é amar sem medo. Tenho chão, terra firme, cais onde aportar. Tenho quem brigue por mim. Eu sempre quis quem brigasse por mim. Sempre quis quem dormisse com a mão na minha cintura.Quem me arrancasse da minha mesmice. Quem fizesse contraste com as minhas histórias. E com você eu posso ser eu, posso clandestinamente existir.


Maresia.

8 de julho de 2013


Daquelas coisas que a gente lembra pra sempre. Aqueles momentos que o tempo não apaga.
Dos pequenos fatos importantes que mudam o curso da vida da gente.

O momento esmagador em que você teve a certeza do quão pequena é diante de um mundo tão grande e pensa que, viver e ser feliz, não deveria ser assim tão complicado.

A hora que parece estar perdida, meio vazia e superficial. Meio precisando deixar tudo pra lá. E de quando você tenta novos rumos, de quando só quer pegar uma estrada longa e reta. Mergulhar mais fundo e voltar a sentir todas as sensações de novo.

De tudo que ficou pelo caminho, tudo que quase foi, mas ficou só no quase. Do ontem que morreu, do hoje que não vingou. Dos muitos deveres a serem cumpridos. Dos erros que também precisam ser cometidos. Do sofrimento que muitas vezes faz parte. 

A felicidade que exige paciência. A paciência que é conquista e aperfeiçoamento.
De amar cada pedaço que faz parte do que você é.

A paz que só vem depois da onda que te carrega pra todos os lados e te deixa com o gosto da maresia salgada. As coisas que te fazem enxergar o lado bom. O cuidado com as que um dia voltarão pra você.

O dia em que você deixou de ter medo de perguntar coisas a Deus. Da ligeira desconfiança de que está indo na direção certa.

Daquela paz de quem está se encontrando e sente que, naquele momento, dentro da gente é o melhor lugar pra se estar. 



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