Maresia.

8 de julho de 2013


Daquelas coisas que a gente lembra pra sempre. Aqueles momentos que o tempo não apaga.
Dos pequenos fatos importantes que mudam o curso da vida da gente.

O momento esmagador em que você teve a certeza do quão pequena é diante de um mundo tão grande e pensa que, viver e ser feliz, não deveria ser assim tão complicado.

A hora que parece estar perdida, meio vazia e superficial. Meio precisando deixar tudo pra lá. E de quando você tenta novos rumos, de quando só quer pegar uma estrada longa e reta. Mergulhar mais fundo e voltar a sentir todas as sensações de novo.

De tudo que ficou pelo caminho, tudo que quase foi, mas ficou só no quase. Do ontem que morreu, do hoje que não vingou. Dos muitos deveres a serem cumpridos. Dos erros que também precisam ser cometidos. Do sofrimento que muitas vezes faz parte. 

A felicidade que exige paciência. A paciência que é conquista e aperfeiçoamento.
De amar cada pedaço que faz parte do que você é.

A paz que só vem depois da onda que te carrega pra todos os lados e te deixa com o gosto da maresia salgada. As coisas que te fazem enxergar o lado bom. O cuidado com as que um dia voltarão pra você.

O dia em que você deixou de ter medo de perguntar coisas a Deus. Da ligeira desconfiança de que está indo na direção certa.

Daquela paz de quem está se encontrando e sente que, naquele momento, dentro da gente é o melhor lugar pra se estar. 



30 de junho de 2013

Chega de drama!

14 de junho de 2013


Ando cansada de tanto drama.
O drama na cidade com as manifestações intermináveis por causa da passagem de ônibus. O drama da amiga que perdeu o emprego e teve que adiar o casamento por falta de grana.  O drama da outra que esta solteira em pleno dia dos namorados, do amigo que foi traído pelo ‘’namorado’’ pra ficar noivo de outra ‘’mulher’’.  Drama do jogador de futebol que joga cachorro como se fosse um saco de lixo em cima da cerca, - e tomara que a mulher dele faça o mesmo com ele -. O drama de todo dia com a vizinha de cima que joga cinzas de cigarro na minha janela.  O drama da fatura do cartão de crédito que aumenta proporcionalmente ao tamanho da minha ansiedade.

O drama de gente que não entende que você precisa de espaço. Que te manda e-mail cobrando textos legais. O drama da resposta que nunca chega, do telefone que não toca. Do cara que nunca se declara. Da viagem que está muito longe das férias. O drama da espera. Da paciência com tudo. Do meu cabelo que precisa de salão. Da minha casa que precisa estar em ordem. Do meu projeto gigante, da minha falta de tempo pra namorar meu marido e de fazer o que eu mais gosto. Escrever. (Quase-morro-com-isso). O drama do meu humor que faz gangorra dentro de mim. O drama da falta de amor, de compreensão de se colocar no lugar do outro. Drama de gente que só reclama e nunca resolve. Da falta de atitude, de coragem. O drama de esperar um mundo com pessoas melhores, salários melhores e amores melhores. Com gente que valha à pena. Que faça rir, que tenha histórias interessantes. Que te deixe inspirado. Que te faça pensar.

Por que tudo sempre faz drama dentro e mim e não bastasse isso, tem os dramas do mundo inteiro que eu não quero mais ver por que vou me fechar no meu mundinho cor de nada, Nude, se assim preferir , e só saio dele daqui há duas semanas para uma viagem sem destino pra algum lugar no mundo onde nada seja feito de drama, onde exista verde, praia, água, sol, sorrisos  e abraços de amigos. Onde eu me encontre e seja eu, de novo, sem drama! 


Pano de fundo

25 de maio de 2013

Ainda acho amadurecer uma das melhores coisas da vida. A gente olha pra trás e vê que já não é tão bobo. Tão empolgado. Tão inocente (embora inocência seja parte essencial da vida pra gente não se deixar endurecer), mas não aquela que faz a gente falar demais, demonstrar demais, ser impulsivo demais....É...crescer é muito bom.

Agente fica mais firme, mais forte, se conhecendo mais. A gente já não faz tempestade num copo d'água, já não acha que tudo é definitivo, já não se apaixona pra adoecer. Fica mais desconfiada. Não suspira de graça por qualquer sujeito. Já não se empolga pra mudar de cidade, emprego e vida por causa de um amor. A gente agora quer uma via de duas mãos. Quer amor com identidade, endereço fixo e segurança. (De preferência na mesma cidade). Descobre que, fora a morte, pra todo o resto tem jeito nessa vida. Já não acha mais que não pode viver sem aquela pessoa. A gente acha mais importante não se perder da gente mesmo. Já sabe que nossos amigos têm a vida deles e a gente a nossa. Aprende a respeitar espaços. Aprende que a vida não tem que acontecer já.  Às vezes é depois...

A gente para de morrer se as coisas não dão certo. Aprende o valor de certas coisas, como um beijo e uma boa companhia. Aprende a só chorar se for importante, aprende a sorrir sem reservas, a viver sem se cobrar. Deixa aquelas paranoias dos vinte de lado. Aquela vontade de correr pra não-sei-o-que. Se perdoa pelos erros do passado. Fica mais esperta, mais sábia, mais segura e mais seletiva. A gente até fica mais bonita e (sem espinha!). A gente já não quer contar aos quatro ventos quando tem alguém novo balançando o coração da gente. A gente aprende a guardar o melhor. Esperar o melhor, e se tiver que dar certo, bônus pra gente. Sem buscar perfeição, a gente aceita os defeitos e faz uma limonada com eles.

Há quem diga que se perde isso ou aquilo com o tempo. Eu já acho que ganhei mais do que perdi com ele. Existem coisas na vida que melhoram extremamente com o tempo. É bom viver sem tanta cobrança. É bom deixar pra lá o que nos ensinaram para ter uma vida perfeita. Não é por que já nascemos com um roteiro de vida prontos que precisamos segui-lo. 

Não existe idade pra ser feliz. Porque a gente nunca se conhece inteiramente, mesmo passando dos 20, dos 30 ou dos 50. Estamos sempre definindo o que queremos. O que vamos ser. Seremos sempre alguém aprendendo a viver. A idade de começar de novo nunca passa. Porque pro amor não existe idade, nem pra beleza , nem pra felicidade. O que existe é um novo jeito de olhar a vida, um encantamento com ela, um jeito diferente e mais flexível de caminhar, resiliente eu diria. E ser feliz é aprender a ler as linhas do próprio coração. Preencher os próprios vazios. Nos livrar do que não nos faz bem. É fazer o que a gente gosta e viver bem com a gente mesmo. Mesmo que tudo mude sempre, só não podemos esquecer nunca, é de renovar quem somos por dentro.

A Letra A do teu nome

16 de maio de 2013


A Letra A do teu nome que combina com o meu. A paixão itinerante com cheiro de estrada e de saudade. Coisas que vão e tudo que fica, daquelas que só se vive uma vez na vida.
Na verdade eu não sei o que eu mais gostava em você. Talvez detalhes tenham me prendido. Talvez, seja tudo o que cala e separa o meu olhar do teu. Tudo aquilo que quis dizer e não foi dito e que você também não disse. Palavras atropeladas na garganta e aqueles textos que acumularam poeira. Tudo aquilo que já não digo, já não penso, que fujo como o diabo foge da cruz. E n’outra hora eu fico boba, buscando lá no fundo da memória, querendo me ver ali, em meio a todas as suas coisas. Rebuscada. Refeita. Resgatada.

É nessa insônia que revelo que me acostumei à tua presença, à tua parede pintada de branco, às tuas mãos que se encaixam bem nas minhas. A me amontoar nos teus braços silenciosos e na tua respiração quente. Acontece que não posso mais brincar de inventar histórias e escolher palavras pra você. Eu sei que sou péssima pra falar de sentimentos, prefiro escrever. Mas não posso deixar evaporar o pensamento. Não posso me perder nas esquinas, na rotina, no turbilhão de coisas que me tomam todo dia. Por que carrego comigo uma caixa saturada de coisas, recordações e tempos, de tudo que a cabeça vive querendo trazer de volta quando o coração só quer deixar pra trás. Porque a minha vida sem você ficou tão cheia de tranquilidade, tão arrumada, tão leve, e tão sem graça também. Por que é isso que você me causa, moço. Uma paz e um desassossego. Um frio na espinha e um suor quente nas mãos. Um doce amargo.

A verdade é que, se eu gastei as minhas horas com você, não tenho coragem de me arrepender disso. 
Realmente, meu doce, não é fácil amar. O amor, a gente pensa que escolhe, mas é ele quem escolhe a gente. Logo, percebi que sou feita de saudade e que para ela não há remédio. É para frente que se anda, por isso, tudo acaba ficando para trás e o que eu sentia por você, será sempre um filme antigo, em preto e branco, dentro da gaveta.



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