UM LIVRO NOVO

1 de janeiro de 2015




"Eu sei que todos os dias quando eu acordo Deus dá um sorriso e me diz: Estou te dando a chance de tentar de novo."
Caio Fernando Abreu

Em uma dessas mensagens de ano novo que a gente recebe pelo Whatsapp, recebi de uma amiga uma que dizia que o ano que se vai é um livro já escrito, praticamente concluído. Depois de ler, refleti. Porque eu reflito sempre que estou feliz ou triste. Porque refletir é o mesmo que dar sentido às reticências (que são tantas). É se fazer perceber e isso pode te deixar cheio ou vazio, completo ou ainda mais pela metade. É procurar respostas sem saber se vai encontrar. É sentir. Deixar vir à tona, virar o peito do avesso e colocar em pratos limpos. É se frear. Parar tudo o que está fazendo e recalcular a rota.

Refleti. Pensei nas coisas que me deixaram triste, nas que me magoaram, sobre o quanto preciso aprender a lidar com as minhas expectativas em relação às pessoas. Sobre as escolhas mal e bem feitas e nas consequências que isso me trouxe. Principalmente nas bem feitas, em o quanto me realizei nelas, o quanto me senti plena e feliz. Das lições que tirei das coisas que me pegaram de surpresa. Um ano cheio de altos e baixos. Como a vida de qualquer pessoa que se propõe a vivê-la em sua totalidade.

Troquei de casca várias vezes, e, como já disse aqui antes, trocar de casca dói e não é pouco, mas a vantagem é que só quem aceita, enfrenta e não desiste é que leva o bônus no final e o bônus é que a gente cresce, amadurece e melhora. Melhora pra caramba. No fim, tudo faz sentido. Mas quem disse também que tudo precisa fazer?
Mais do que nunca eu quis melhorar, pra mim, pra minha família, meus amigos. E pra isso precisei parar tudo pra perceber o que é essencial e o que não é. Porque em certos momentos acabei deixando o urgente expulsar o importante. Precisei me conhecer mais a fundo e me incomodar por não conseguir enxergar minhas falhas mesmo que elas estejam tão aparentes. Não é o que dizem, é o que pensamos sobre nós mesmos. Porque quando estamos em paz, nada disso importa tanto assim. 

Tive que abrir mão de escrever e, quando se vive de palavras, trancar a inspiração não é algo muito saudável.
C
horei sozinha quando achei que não conseguiria dar conta de tudo. E é muito difícil ter que dar conta de tudo. Até que você se dá conta de que, o TUDO, é exatamente o que você buscava. E que as melhores coisas vêm com muita luta, fé e lágrimas. É quase um parto. Fiz 30. Abri meu próprio negócio, me realizei no que faço. Gerenciei contas e pessoas, gerenciei minha casa, meu casamento, surtei, me acalmei, chorei pra caramba e no final Deus enviou anjos pra segurar a minha mão e me fazer sorrir. E é por causa dEle e só dEle, que me ajudou durante 365 dias de batalhas e conquistas que estou aqui, com a mala cheia de aprendizado, fé e vontade de continuar. Parece que algo apitou aqui dentro. Fiquei mais cautelosa. Menos apressada, fiz menos promessas, mergulhei na realidade e tive lições sobre reciprocidade. 

Mudar é sempre um investimento. 
Quanto vale uma noite bem dormida? Quanto vale um segundo perto de alguém que a gente gosta? Quanto vale a saúde? Quanto vale o aprendizado? E quanto vale o amor? Abrir esse pacote não é tão simples quanto parece. Significa que de alguma forma teremos que abdicar de tantas outras coisas. Realizar sonhos é cansativo, desgastante e os nossos erros e acertos acabam sendo uma espécie de bússola interna que carregamos por onde vamos. E se é de ter nova chance todo dia, então, me construo e reconstruo. Do meu jeito meio torto às vezes, pra não me perder e fecho esse ciclo sentindo uma extrema necessidade de ser mais simples. Sem buscar sentido. Razão nem emoção. Sem refletir sobre mais nada. Pensando bem acho que esse vazio pode ser fome. Vou ali atrás de uma barra de chocolate.




EFEITO BORBOLETA

10 de julho de 2014

CHEGA UMA HORA em que a gente quer mudar.
Daí vem aquela vontade que não faz concessões, não respeita convenções, quepula peito afora quase nos expulsando da própria vida, como se fôssemos estrangeirosde nós mesmos. Sem sujeito, endereço nem predicado. Essa metamorfose queacontece de dentro para fora e de repente você se vê ali, sentada sentindo o cheiro docafé, ouvindo a música no rádio, sentindo fome de vida.Porque você não se ajusta bem com nada mais ou menos. É um inconformismo,
um desatino permissivo, e não precisa ser quando alguma coisa vai mal, pode serquando a geladeira está cheia e a cama arrumada. Quando as frutas estão novas,doces e amareladas. É só um efeito do tempo, simplesmente te implorando coragem. Ésó a vida te agarrando pelo braço e te dizendo: “Vai viver!”. É só porque você nãosuporta o marasmo e essa palavra quase lasciva chamada possibilidade que morde eassopra te faz como ninguém brilhar os olhos.
Porque você é dessas que desafia a correnteza, que arrisca as garantias, quesobe no palco e grita, que compra passagem só de ida e que dá conta de tudo nofinal...
Porque a gente quer saber até onde pode chegar. Um onde que tem mais a vercom as realizações do que com o ponto de chegada. A gente quer uma vida cheia de certezas, com uma fotografia impecável e trilha sonora perfeita, num desses efeitosborboleta em que tudo sai exatamente como o esperado.
A gente nunca sabe o que pode encontrar quando não estamos procurando pornada. Até que um dia a gente se dá conta que foi imensamente modificada.
Sempre há tempo pra virar a vida do avesso, quebrar os protocolos, começar aditar as regras. Sem medo de ser feliz. Sem medo de deixar aquele emprego que não realiza, aquele namorado que não encanta nem desencana e saber que há satisfação infinita em prazeres simples, como ficar em casa em plena sexta à noite, arrumando suas gavetas e devorando aquele livro novo ou fazer uma viagem sozinha, começar a trabalhar em casa. Saber que dá para ser feliz aos poucos, sem motivo aparente, sem momentos grandiosos nem circunstâncias favoráveis. Dá pra começar, terminar e parar com essa mania de ficar deixando pontas soltas, deixando tudo para a semana que vem. Melhor recompensa que o alívio de ter tentado, não tem.Então, por que em vez de passarmos o tempo todo nos boicotando, não fazemos as pazes conosco, tomamos um café, nos damos um abraço e seguimos em frente?

BE OR NOT TO BE

22 de abril de 2014


Às vezes, a única estrada a escolher é a sua própria estrada e ela nem sempre é uma linha reta.
É isso que a gente faz a todo instante - escolhe uma estrada, um caminho, e torce para ter tomado a melhor decisão. Porque quaisquer que sejam essas escolhas, elas se transformam instantâneamente no nosso destino.

Volta e meia o passado vem jogar na cara as escolhas e vem uma reviravolta de sensações e sentimentos, daquelas coisas que ficam guardadas em caixas lacradas e empoeiradas pelo tempo. O cansaço da falta de coragem, a exaustão de tentar manter de pé tudo pelo qual a gente se compromete. E nem sempre tudo se encaixa quando a gente bem entende, são como as peças de um quebra-cabeças que tem o tamanho e o tempo certo pra começar a fazer sentido. E mais do que 'bonito' é 'preciso' ter paciência com a vida e saber que podemos admirá-la da nossa própria janela com olhar de arco íris em dia de chuva, sabe a esperança naqueles dias em que pouca coisa faz sentido? Pois é!

É verdade que a gente borra a maquiágem várias vezes nesse percurso, sim!
É verdade que a gente aprende com os erros, com os acertos e com os corações partidos também! É verdade que a gente vai encontrar um monte de gente rasa, que passa mais que apressada pela gente e acaba ficando pelo meio do caminho e é verdade que encontraremos aquelas que farão os nossos olhos brilharem, descobrirem sentidos, nos darão a mão e farão essa caminhada até o fim, junto com a gente. Ah! é tão bom que essas pessoas existem.

O que fará a diferença no final? Usaremos tudo isso como muletas pra seguir em frente, ou como razões que a gente encontra pra olhar pra trás? Quem falou que tudo precisaria fazer sentido? Que o silêncio também não é resposta?
Uma coisa a gente sabe, o sentido da vida é um só, pra frente e as únicas coisas que precisam serem infinitas são aquelas que nos fazem bem, são elas que nos darão a coragem necessária para aquele momento de fechar os olhos e se jogar, e o que tiver que ser, será. Então a gente pega a nossa bicicleta e vai, acreditando num caminho melhor que todos: Aquele, feito pelos nossos próprios pés!




Porque o amor é tudo, menos isso....

3 de abril de 2014



‘’O amor não é essa coisa toda que muitos falam, 
é essa coisa toda que poucos fazem’’ 
(Lucão)


Essa frase é do Lucão, um querido que escreve coisas pra fazer a gente pensar. E eu gosto em especial dessa dai, porque ela me faz pensar no motivo da gente sempre tentar procurar pelo amor onde ele não esta, em momentos que estão longe de ser aquilo que de fato enxergamos.

Eu sempre achei mesmo que o amor fosse incondicional. Que resistiria a tudo, e pode jogar pedra e pode jogar água, ele permaneceria ali, inabalável, inatingível, forte como uma rocha.  Acontece que nem todo amor é assim. Acreditar em sua incondicionalidade e fazê-lo passar por tudo acreditando em sua força, é estar fadado ao FIM, assim, com letras garrafais. Porque nenhum amor aguenta tudo. Mas você aprendeu (nas histórias românticas) que o amor de verdade não tem fim, e o fim, começa então a acontecer.

Talvez por isso seja tão grande. Talvez por isso tão intenso. Porque nele cabe o desejo e cabe obrigatoriamente o impossível. Cabe o medo e cabe a coragem. A alegria e a imprevisibilidade. Cabe o começo e cabe o fim. Talvez por isso ele assuste tanto. Talvez por isso tome a gente de assalto do fio de cabelo até a o dedo do pé. Porque é dele que é feito tantos pedaços, tantas histórias espalhadas, porque quando você diz que não quer mais, ele te acha. Porque é dele que a gente passa a vida correndo e perseguindo como insanos. Que ora anseia, ora repudia. Por que, o que seria da gente sem esse louco que faz o que bem entende da gente?

Sobre o amor só tenho mesmo uma certeza: Nele cabe tudo, só não cabe a dúvida...!





“Feliz ano todo! “

1 de janeiro de 2014
Pra começar o ano novo com boas energias, um textinho novo e um video pra vocês!
O texto na íntegra segue logo abaixo. O beijo e Feliz 2014!!!




“Feliz ano todo! “

Tudo começa num único dia, de um segundo para o outro. Um dia incomum, diferente, pra mim e pra você. E num abrir e fechar de olhos tudo recomeça. Toda a esperança que se foi durante os momentos difíceis é renovada como num passe de mágica.
Mais um ano está acabando e outro está a caminho. O ano que termina se encerra como tantos outros, com gostinho agridoce. Um misto de coisas, sensações e sentimentos que fizeram de nós um pouquinho mais do que o ano anterior. Chega o momento em que a gente para pra descansar, olha para o caminho percorrido lá atrás, arma um piquenique no meio da estrada que é a vida e faz um balanço.

Que possamos sonhar um novo ano que mereça ser chamado assim. Saber que tudo valeu à pena e que tudo que conquistamos, se iniciou com uma única palavra: Iniciativa.

Que a gente pare de aceitar abraços frouxos, amizades sem retorno e saudades vazias. Conversas sem olho no olho. Copo meio cheio, amores salva-vidas. Chega de acordar com promessas vazias, de não saber que a felicidade esta em nós e não no outro. Que a gente siga doendo as nossas dores, cultivando os melhores sorrisos, aprendendo a ouvir os alertas que vem de dentro, nos assumindo, nos fazendo prioridade. Levantando a nossa bandeira bem lá no alto e trabalhando diariamente num equilíbrio para que as coisas continuem leves e evoluindo com alguma graça e diversão.

Sem nos torturar por coisas tão banais, sem exigir tanto da nossa própria sorte. Viver.....sem engolir o choro na garganta. Sem engolir a dor, sem sufocar os nossos sentimentos. Sem desistir dos nossos sonhos, mesmo que às vezes pareça complexa e distante a conquista de cada um deles. Ter um sonho já é um passo para o futuro. Caminhando, mesmo que seja devagarinho, pois, como dizem por ai, a direção é mais importante que a velocidade. Que entremos em contato com o mais bonito e o mais complicado de nós experimentando o tão desejado autoconhecimento. Respeitando nossos cansaços, nossos defeitos (a argamassa da nossa casa interior), Nossos desejos mais profundos e que nunca, nunca mais mesmo, a gente se sabote, dizendo e fazendo coisas que não queremos pelo simples medo de perder.

Que a gente deixe entrar, deixe fluir esse processo renovador depois de tantas demolições, tantos choques internos, tantas descobertas necessárias. E que essas palavras não sejam proferidas apenas no final ou no começo de um ano qualquer, afinal, a gente não aprende a viver só em finais e começos de caminhada, mas durante elas. Que possamos principalmente saber o que fazer com toda bagagem que levamos e que ela seja leve e doce, nos preparando para esse novo ano que vem ali, logo depois da curva, novinho em folha esperando para ser usado, dentro da gente onde ele sempre esteve. Doce, sincero e cheio de novos caminhos, porque a gente merece!




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