LIBERDADE PRA SEMPRE

24 de outubro de 2016

Por alguma razão que eu não sei explicar, algumas pessoas transformam as suas relações em um tipo de auto boicote. Sofrem, sentem-se culpadas por tudo que dá errado e simplesmente não conseguem seguir o caminho sem levar uma trouxa pesada nas costas, trouxa essa, que muitas vezes pertence ao ''outro'' e não a elas. Não. O mundo não é cor de rosa, doce, e a maioria das pessoas não te ama pelos seus belos olhos. Infelizmente, em algum momento, a gente vai amar e não vai ser amado, a gente vai admirar e vai ser desprezado, vai confiar e ser extremamente decepcionado. A gente vai ser amigo, parceiro e vai receber ingratidão de volta, vai ser leal e ser sacaneado. Vai emprestar dinheiro e levar calote, vai dedicar tempo em ajudar alguém a se reerguer e depois esse alguém vai embora sem olhar pra trás pra dar nem um tchau. Vai ter que dar o nosso melhor todo santo dia pra receber o mesmo salário no final do mês. A gente vai andar pela rua se achando linda, sorridente e confiante naquela roupa nova, batom vermelho e naquele salto alto para ocasiões especiais e nem vai perceber aquele pedaço de feijão bem no canto do dente.

A gente vai tudo isso e... às vezes a antipatia vai ser gratuita sim! Mas a gente também vai ser amado e admirado por um monte de gente legal, vai ter sorriso gratuito, vai ter aquele amigo que nunca sai do nosso lado e não enjoa da nossa cara, vai achar aquela grana no bolso da calça bem no dia em que está mais duro e ainda seremos acolhidos quando precisarmos de uma mão…e é isso! Estamos no mundo pra isso! Pra dar continuidade às linhas que a vida vai escrevendo, pra perdoar a quem não sabe pedir perdão, pra cair e aprender a levantar, pra ajudar mesmo sem receber recompensa, pra rir de nós mesmos, dos nossos absurdos, mancadas e tolices em momentos de crise.  A final, é como dizem por ai...'' o que o outro fala ao nosso respeito diz muito mais sobre ele do que sobre nós''. Se a gente ama sem ser amado, azar de quem não soube nos amar e a gente segue, porque cada um só pode dar aquilo que tem.  Se você dá e o outro só suga, o problema com certeza não está com você.

A verdade é que para algumas pessoas é preciso estar num estado de espírito muito evoluído para entender tudo isso, tem gente que simplesmente não sabe seguir sem levar a reboque a bagagem que o outro deixou pra trás e acaba desistindo de viver,  de acreditar nos outros,  de amar,  por pura impaciência de enxergar todos os lados da coisa.  Por medo de parar e olhar pra dentro e ver que tudo isso faz parte do pacote chamado ''ser humano'' e todos nós seguimos dia a dia tendo que fazer escolhas sobre o que carregar e o que deixar pra lá,  sobre ser melhor ou empurrar a gente mesmo com a barriga porque é ''mais fácil'' e sangra menos.

Se não estivermos dispostos a ganhar e a perder, a abraçar as chances de adquirir sabedoria, nos manteremos expostos às intempéries dessa vida, como uma ferida aberta que a qualquer momento lateja, tomando a grandes goles as coisas boas e ruins que ela nos traz e vivendo as consequências disso, sem saber que a qualquer momento temos o poder de mudar a forma como deixamos que o outro nos atinja, ou melhor, temos o poder de decidir o que fazer com tudo aquilo que ele troca com a gente,  e entenderemos finalmente que essa é a melhor forma de liberdade que só nós, podemos nos proporcionar.






SOBRE FELICIDADE E A GRAMA MAIS VERDE

22 de agosto de 2016


Quando eu era criança vivia querendo ser grande. Me imaginava com 30, formada, trabalhando e realizada em algo que eu amava, amando alguém, saudável e ...FELIZ.
Cresci. Já passei dos 30 (quase 32), conquistei tudo isso e ainda continuo buscando tantas outras coisas, porque a gente é assim, quando finalmente encontramos o que procurávamos, nos sentimos vazios outra vez e damos logo um jeito de arrumar um plano novo pra transformar em sonho.
Tudo isso é bom, mas não é sinônimo de felicidade, até porque, a tal felicidade que todos tanto buscam é relativa, pessoal e intransferível.

A gente tem mania de olhar pelo lado de fora a vida das pessoas, uma foto ‘’feliz’’ postada na rede social, pegar tudo aquilo que a gente vê diariamente, compilar e dizer: “ Nossa, que vida feliz essa pessoa tem! ’’.  Mas na verdade a gente não sabe nada do que se passa lá dentro. Não sabe as guerras que ela luta, não sabe se ela chora no chuveiro, (com certeza que chora, todos nós travamos nossas guerras, a diferença entre a nossa carcaça e a do outro é apenas a maneira como escolhemos lidar).
Diariamente
somos alvejados por uma fórmula deturpada de felicidade que tentam nos vender e não sabemos o quanto a felicidade é mais simples do que pensamos e que tem muito mais a ver 
com a forma como ‘’enxergamos’’ as coisas. As vezes a gente só precisa sair de onde está, entrar numa dimensão diferente, experimentar coisas novas para ver o mundo com outros olhos, com a fé que há dentro de nós, que enche o peito de coragem e que nos move a olhar a diante e ser grato independente se o céu está nublado ou não, se a conta bancária está recheada ou não, se temos o que queremos ou apenas o que precisamos. Agradecer engrandece a gente e engrandece o momento! Eu tô falando da grandiosidade das pequenas coisas, de em meio aos problemas ter um coração tranquilo e a alma equilibrada, de enxergar a vida como uma casa que precisa ser constantemente renovada, nos livramos das tralhas, tiramos a poeira daquelas áreas intocadas, mudamos alguns móveis de lugar e recuperamos nossa essência em cada gaveta que abrimos e arrumamos. 

Felicidade é uma fração de segundo, uma decisão, é viver o tempo a nosso favor. Olhar para o presente e para as coisas boas que acontecem nele. Por isso, a grama mais verde não é daquele que parece mais ‘’feliz o tempo todo’’. É aquela cuidada com suor, regada, sofrida, cultivada nos dissabores também. A grama mais verde é de quem aprende mais, de quem enxerga além da capa, de quem não acha que é menos feliz porque vive muitas guerras, (e essas são as que travamos com a gente mesmo na maioria das vezes), de quem sabe que elas existem não para nos fazer infelizes, mas para nos tornar mais humanos. Que as lutas existem para todos e que não precisamos ser perfeitos, não precisamos estar sempre certos, não precisamos ter um monte de ‘’coisas’’ para nos sentir satisfeitos. Que são os dias nublados que contrastam com os alegres. Que sabem que a gratidão de estar vivo, de fazer um pouco do que a gente gosta e de ter por perto quem se ama já basta.

Que cada um de nós encontre
a concepção de vida que lhe permita seu ideal de felicidade. Que ela possa ser saboreada mesmo que em conta gotas, não numa vida de comercial de margarina, mas com a nossa grama (REAL), verdinha, regada, suada, sofrida e valorizada, pra crescer forte, bonita e quem sabe servir de inspiração para outros quintais.







QUANDO TERMINA É PORQUE ACABOU!

27 de julho de 2016

Ao contrário do que muitos pensam, o oposto do amor é a indiferença e não o ódio. Ela é um vermezinho que corrói, dói, confunde e sufoca sem tocar.  Foi Khalil Gibran que disse que é '' a metade da morte, ao contrário do desejo que é a metade da vida.''
A gente se acostuma com o sapato apertado, com o corte de cabelo que deu errado, a tomar café correndo por que está atrasado.  Ao emprego que não gosta, mas precisa. Porque a gente sempre acha que tudo é uma questão de tempo.  A gente só não se acostuma com a falta da voz ao telefone, do abraço apertado até quase sufocar, do sorriso engraçado, das conversas noturnas, das mãos pelo cabelo, das mensagens cheias de saudade.  É tipo como morar num apartamento de fundos e não ter outra vista a não ser as janelas gastas do vizinho. 

O silêncio a dois não incomoda, o que incomoda é o vazio das palavras de quem tem o que dizer mas prefere deixar passar. Amores perdidos no tempo que a gente precisa aprender a deixar ir,  embora ninguém nunca tenha nos ensinado como.
Certos amores são como as roupas guardadas por muito tempo na gaveta.  A gente coloca no varal pra tirar o cheiro de mofo, deixa tomando sol mas não adianta, não dá mais pra usar,  ta surrada,  ta manchada e as manchas não saem nem com todo vanish do mundo.  Tem coisas que,  de tanto tempo sem uso não se encaixam mais no nosso jeito de ser.  A vida é assim, tem umas que a gente vê e já sabe e outras que a gente esta cansado de ver,  mas nunca vai entender.

A gente tenta,  pratica,  até que desapega,  mas fica sempre aquela ponta solta,  uma sobra.
Tem sobra na sua bolsa, tem sobra na sua cama, no seu peito e em tudo que te rodeia e não dá pra fazer uma 'Lipo' no amor, enxugar os excessos, tirar o que esta pesando, mas dá pra se refazer,  sempre e de uma nova maneira.  E se o amor nunca termina,  então,  ele continua de outras formas, em outros lugares, em outros romances.
Então deixa ir,  cola um lembrete na porta da geladeira, escreve de batom vermelho no espelho, cria um mantra que é pra não esquecer de se permitir ser feliz outra vez. Talvez a felicidade esteja em seguir em frente. Porque todo mundo carrega um nózinho no peito e continua vivendo. A volta por cima é só a continuação. Sempre tem gente pra ocupar o lugar, a casa e o coração.

APENAS MAIS UMA SOBRE O AMOR!

13 de julho de 2016



Muita coisa já foi dita sobre o amor e todos nós carregamos uma história bonita, tenha ela continuado ou não. E não importam os anos, o que foi de verdade simplesmente permanece. São histórias que a gente só se atreve a lembrar no silêncio do quarto.  No silêncio da gente. Nas noites de insônia, quando pensamento vai longe e resolve abrir aquela caixa de lembranças daquele amor já amarelado pelo tempo, que decidiu não partir e acaba adormecendo dentro do peito. Mas só adormece.
O amor dói. Arde. Cura. Transforma e às vezes faz a gente chorar. Mas nada tira a beleza do amor, por que até doendo ele é bonito. Com todos os seus traços, rabiscos e partes enferrujadas. É tanta coisa que o amor pode conter. São tantas juntas e um emaranhado de sentimentos. É simplesmente um turbilhão que acontece sem precisar de palavras.

E quem nessa vida quer passar por ela sem ter vivido um amor assim? Forte. Único. Daqueles que só você sabe a diferença que faz. Que fica marcado e que te lembra o que é sentir todas as sensações possíveis de uma só vez. O amor. Do jeito que ele é. Complicado e ao mesmo tempo tão simples. Que fere e que cura. Te liberta e te prende. Fugaz e permanente. Que te mostra o mais bonito dessa vida tão inconstante e tão banalizada.

Você sabe que é amor quando ele te transborda, quando ele te transforma. Quando você se sente não cabendo num corpo só.
Às vezes ele fica ali, acomodado no sofá da sala...traçando o seu molde.
Amor que resolve não partir tem dessas coisas.  Se sente à vontade dentro da casa. E o único jeito é aceitar que teremos que conviver com ele como parte concreta de nós porque a vida não vale à pena sem o amor preenchendo nossas lacunas. Só o amor nos liberta de todos os nossos medos. Só ele nos dá vontade de seguir em frente, mesmo fazendo latejar vez ou outra o coração da gente.

EU NUNCA FUI NORMAL

17 de outubro de 2015



PLANEJAR VÁRIAS COISAS, mudar de cidade, emprego, de sonhos. Isso não temnada a ver com inconstância, mas com buscar o que nos faz feliz!
É claro que isso não se aplica a todos, falo de mim, porque vida estática nuncafoi muito a minha praia, eu até já tentei, mas dá comichão, ansiedade, dor de cabeça, insônia, enfados. Vida mergulhada em aspirina e cafeína.
Já me senti culpada por simplesmente ser incapaz de fazer o que todos fazem,focar numa única coisa e seguir uma rotina. Talvez ter muitos projetos e ideias nosdeixe mesmo sem um foco, mas no meu caso, em certa fase da minha vida essainquietação foi extremamente positiva, pois acabou me trazendo ao que me tornei,aumentou o meu campo de visão sobre tudo ao meu redor, me trouxe experiências euma variedade de coisas que eu jamais teria conhecido. Lugares, pessoas, culturas, aescolha de uma profissão que tem o meu jeito e projetos que me realizam.
Isso pode até parecer papo de quem já está com a vida ganha, mas foiexatamente sobre isso que comecei a pensar anos atrás: “Seria muita ambição quererfazer aquilo que o nosso coração pede? Qual teoria de vida seria assim tão maisimportante que a prática?”.
Se perder de si vez por outra faz parte da vida tanto quanto tomar café, isso éfato. Então, talvez o primeiro passo seja descobrir quem você é e o segundo, saber oque fazer com aquilo que descobriu. Quer coisa pior do que quando nos olhamos etemos a sensação de que não saímos do lugar? Aquele momento em que você percebeque falta algo, que não seguiu seu coração e jogou no lixo seus verdadeiros desejos.
Antes detudo, seguir o coração não significa abandonar tudo ou não ter umroteiro. É planejar algo que não te faça perder a vida, um caminho que você seidentifique e se enxergue nele. Então vá e saia do piloto automático, invista seu tempoem você, tenha um plano B, enquanto for necessário dedicar-se ao plano A. Se sernormal é fazer o que todos fazem, um monte de seres humanos em série, então, quetortura isso! Tenho amigos que preferiram seguir o caminho mais “prático” da coisa,aquele já pronto, já trilhado por outros e hoje amargam suas decisões precisandorecalcular a rota em busca do que realmente os realiza. Isso também é normal, já quevivemos em constante mutação.
As experiências que carregamos nos definem, elas são a gente nascendo para omundo. Talvez você não entenda isso, talvez as minhas ideias sejam só minhas. Tudoque sou hoje devo à minha inquietação, então se você também não é normal, tocaaqui! E se na busca por você ainda não houve resultados concretos, mas se mesmoassim, bem no fundo, você sentir a vida te convidar, então, gentilmente tire os sapatose entre. Respire fundo. O mundo não te deve nada, nem você a ele. Assuma seu jeito eseu tempo, ele está dentro de você. Sem precisar ser perfeito ou impressionar, quemsabe servir de inspiração para alguém já seja meio caminho para uma vida autêntica.

Boto fé!

POR: DRI ANDRADE


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